O governador Ricardo Coutinho (PSB), no cume do seu governo “teocêntrico”, só falta exonerar Zeus, pois o Olimpo está de mal a pior. Também é sabido que vai defenestrar Caronte, o barqueiro do Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte, que dividem o mundo dos vivos e o mundo dos que já se foram. Motivo: ele não está cobrando a moeda exigida para realizar o trajeto.
Lendo tais linhas, o leitor pode imaginar que estou ficando louco, mas digo que não! É válido tudo que disse, como é válido dizer que o tenente-coronel Souza Neto é “profissional incompetente”, como alega o secretário de segurança pública do Estado, Cláudio Lima. Em declaração aos meios de comunicação, o detentor da pasta, tentando justificar o injustificável, declara que o policial teria saído do comando do batalhão da Polícia Militar de Campina Grande em decorrência da sua ineficiência. Mas é sabido que o policial teve papel importante no combate à criminalidade na Rainha da Borborema e municípios adjacentes.
Mas não vou crucificar Cláudio Lima, pois o dono da guilhotina, melhor dizendo, da caneta, é Ricardo Coutinho. Parte do secretariado serve, apenas, para realizar as vontades do donatário da Parahyba e ponto final. Digo isso sem medo de errar, e mais ainda: Souza Neto, amigo de infância, é homem correto e tem amor pela corporação a qual faz parte, e sempre buscou exercer da melhor forma suas funções.
A razão da exoneração do cargo que o tenente-coronel atualmente ocupava, a de subcomandante de Policiamento Regional Metropolitano, foi baseada em princípios “políticos” e nítida perseguição, pois o policial tem boa relação com o pré-candidato ao governo do Estado, Cássio Cunha Lima (PSDB), adversário direto do atual governador nas eleições deste ano. Souza Neto foi, inclusive, ajudante de ordens do tucano na época em que ele foi governador.
É por isso que peço ao governador, seus secretários e assessores o seguinte: ao contar uma história, ponha o H maiúsculo, pois “estória” como a contada para justificar a exoneração do militar beira a ficção, a fatos mitológicos. E na mitologia grega, prefiro a lenda do Minotauro. Metade homem, metade touro. É bem mais lógica. O resto, é lembrar que a Paraíba tem um déficit de 10 mil homens na Polícia Militar e o efetivo da Polícia Civil está três vezes menor em relação à demanda imposta pela população do Estado.
Eliabe Casto