Nilvan Ferreira
Nas ruas, nas praças e nos bares, já é notório a interferência de nomes que integram o grupo das oposições, quando o assunto é eleições 2012. E a explicação para este fato é muito simples: quanto mais Ricardo Coutinho coloca em prática seu “pacote de maldades”, mais a população vai se afastando, na prática, do seu projeto de dominação, e, ao mesmo tempo, busca alternativas que possam ter perspectiva de enfrentamento ao atual modelo de gestão, instalado no estado e na prefeitura da capital.
Ricardo cava diariamente sua “sepultura política”, através de medidas indigestas, que incluem demissão de mais de 20 mil pais de famílias, que estão agora jogados à própria sorte, além da completa estagnação da máquina administrativa, somado a humilhação de quase todos os setores do funcionalismo público do estado.
O atual governador já “brigou”com Polícia Militar, lhe negando o pagamento de melhores salários e processando aqueles que decidiram aderir a um movimento grevista; Humilhou os médicos durante um movimento de protesto, chegando, inclusive, a contratar profissionais de outros estados, pagando salário superior ao que ganha quem pratica medicina no Hospital de Trauma.
O governador também já coleciona o título de inimigo número um do magistério estadual. Foi Ricardo quem negou o pagamento do Piso Nacional dos Professores, aprovado pelo Congresso, discutido na Justiça e referendado pelo Supremo Tribunal Federal. Ricardo ainda achou pouco e cortou o salário de centenas de professores que aderiram ao movimento grevista, no inicio de sua gestão e até hoje não teve o gesto de devolver aos nossos mestres aquilo que representa o suor de lecionar todos os dias.
Mas não é só isso. O governo esqueceu a autonomia dos Defensores Públicos. Neste caso específico, um direito conquistado, através de muita luta, tem um “NÃO”como resposta e ponto final. Ninguém ouse em discordar do “REI”, uma vez que ele é um “SER SUPREMO”, dotado, exclusivamente de todos os conhecimentos que representam a verdade.
Ricardo não sacia a sua ânsia de fazer vítimas. Seu governo já cortou salário dos funcionários do IPEP, retirou, sem aviso prévio, gratificações de milhares de servidores, dobrou o expediente em todas as repartições estaduais, exigindo mais sacrifício ao funcionalismo e aumentou a conta da água, contribuindo para a diminuição do poder aquisitivo do salário do paraibano.
Estes são apenas alguns dos fatores que elevam o poder de disputa da oposição aqui em João Pessoa. Cada desgaste acumulado pelo atual governador, representa um acentuado crescimento na aceitação do grupo oposicionista. É um fenómeno natural em qualquer cenário político. Vale para João Pessoa, vale para qualquer outro continente.
E esse quadro já é bastante percebido por quem acompanha o cenário atual na capital. É o reflexo do que está por vir no xadrez político, que será instalado a partir das movimentações feitas nesse tabuleiro. É verdade, e o governo inteiro sabe, que, todas as pesquisas feitas até agora, muitas encomendadas pelo próprio governador, demonstra uma reprovação jamais vista da forma como estão sendo administrados, estado e prefeitura.
O que vemos nas ruas de João Pessoa, talvez soe, para Ricardo, como uma espécie de alerta, um recado, duro, mas verdadeiro, vindo do centro e da periferia, de ricos e de pobres, indignados como um produto que lhe foi vendido com uma finalidade, o de cuidar de gente, das pessoas. E o pior em tudo isso é que, hoje, na prática, constata-se que o produto está vencido, obsoleto e seus acessórios precisam de reformulação.