Ricardo reunirá prefeitos para definir metas

Já está agendado para o dia seis de fevereiro o primeiro encontro oficial do governador Ricardo Coutinho (PSB) com prefeitos e prefeitos que se consagraram nas eleições municipais de 2013 na Paraíba, quer disputando a reeleição, quer concorrendo pela primeira vez. A intenção de Coutinho é a de apresentar as metas de sua administração para o exercício deste ano, bem como sinalizar alternativas de acesso, por parte dos municípios, a programas estaduais, agrupados no Pacto pelo Desenvolvimento que ele deflagrou. A exemplo do que o governo federal está fazendo com gestores de capitais e cidades influentes, em Brasília, Coutinho planeja demonstrar o “kit” de projetos à disposição dos municípios, tais como o microcrédito Empreender, o Cooperar, o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, entre outros.

O chefe do Executivo deseja intensificar a aproximação com dirigentes municipais, através de parcerias que, segundo ele, foram institucionalizadas desde a sua investidura no cargo e que não discriminam populações em virtude de diferenças políticas ou partidárias. Ele define parceria como uma avaliação conjunta sobre os problemas que afligem a Paraíba a partir da realidade local. “O evento do próximo dia seis (que será realizado no hotel Tambaú) vai solidificar a relação republicana que precisa existir cada vez mais entre o governo do Estado e os governos municipais”, salientou. Como o “RepórterPB” divulgou, ontem, até mesmo aliados políticos de Coutinho estão insatisfeitos com o tratamento que estão recebendo dele e de setores da administração estadual.

A reclamação é de que o governador escolhe administradores a quem concede audiências em Palácio ou na Granja Santana com base em critérios eminentemente personalistas, o que faz com que inúmeras demandas estejam congeladas, embora haja recursos para tanto no Orçamento estadual. Um dos prefeitos aliados, que governa uma influente cidade do sertão paraibano, declarou-se cansado de tentar abordar o governador, em encontros casuais, para sensibilizá-lo a atender aos pleitos de interesse da população que representa. Decidiu, então, protocolar pedidos de audiência no Palácio da Redenção. O terceiro pedido já foi protocolado, e até o momento não houve qualquer aceno positivo, nem quanto à fixação da audiência, muito menos quanto ao encaminhamento das reivindicações, que, segundo esse prefeito, estão se acumulando.

Por sua vez, o governador reclama que alguns gestores apresentam um monte de reivindicações e retornam a suas cidades de origem, à espera de que os resultados concretos sejam produzidos. Esta não é a prática que faz o gênero ou o estilo do governante socialista, que defende uma discussão conjunta e criteriosa dos pleitos, sobretudo quanto à sua viabilidade. No ponto de vista de Ricardo, é preciso definir o que é mais urgente para ser implementado nas cidades, bem como focalizar programas que disponham de fontes de financiamento definidas. Somente com essa estratégia, acredita ele, é que pode ocorrer uma ação produtiva.

A Paraíba tem sido bem aquinhoada com repasses de recursos do governo federal, como demonstram dados constantes no Portal da Transparência da Controladoria Geral da União. Em 2012, a soma dos repasses teria totalizado R$ 6,2 bilhões, beneficiando a administração estadual e administrações municipais, com prioridade para FPE, FPM, Bolsa Família e Fundeb. Pouco mais de 53% dos recursos foram reservados aos municípios e, destes, apenas cinco concentram 23% da receita. O Estado foi o décimo segundo do país que mais recebeu repasses, ficando em quinto lugar no Nordeste. O município que menos recebeu recursos federais foi o de Coxixola, que pode contar com apenas R$ 4.777.356,02. De um modo geral, prefeitos aliados e adversários acreditam que a postura do governador acenando com um diálogo mais consistente com os gestores é conseqüência da articulação da sua candidatura à reeleição em 2014.

Do Blog com RepórterPB