“Ele pichou paredes de casas”
“A gente começou a se relacionar quando eu tinha uns 18 anos. Terminamos e voltamos umas duas vezes porque a gente brigava bastante, ele tinha muito ciúme. Quando eu pedi para voltar, em uma das vezes, eu descobri que nos oito meses que a gente tinha ficado separado ele estava com a minha senha de redes sociais. Eu não tinha mudado e ele ficou lendo as minhas conversas dentro do meu perfil. Ficamos uns seis meses juntos, mas eu terminei o namoro em 2014. Pouco tempo depois, ele pichou paredes de uma casa com frases para mim, usando um apelido que ele havia me dado. Um ano depois que a gente terminou, ele foi até o lugar onde eu trabalhava. Eu não sei como ele descobriu. Mas eu não o vi porque, dois dias antes de ele ir até lá, eu tinha mudado de emprego. Fiquei sabendo quando uma amiga em comum morreu e ele veio falar comigo no funeral dela. A gente conversou e ele me contou que havia ido me levar flores. Eu percebi a cilada e fugi.
Depois disso, comecei a fazer pole dance. Aí, ele achou uma pessoa no Instagram que fazia aula comigo e ficou perguntando para ela sobre mim, querendo saber da minha vida. A gente não se fala há quatro anos, mas até hoje ele usa como foto do perfil uma foto nossa tirada em 2011. No primeiro semestre do ano passado, ele apareceu na minha casa. A moça que trabalha lá me chamou falando que ele estava lá, mas eu achei que fosse um amigo meu que tem o mesmo nome que o dele. Minha mãe foi falar com ele e viu que era, na realidade, o meu ex. Ela ficou falando para ele ir embora, mas ele não queria sair de lá. Minha mãe me levou para o trabalho, porque ficou com medo que ele estivesse me esperando na rua. Fiquei muito tempo com as minhas redes sociais bloqueadas. Tenho três perfis diferentes dele bloqueados. Eu me mudei para os EUA no ano passado e nunca publiquei a cidade onde eu moro, porque ela é pequena e tenho medo de ele aparecer aqui. Evito publicar fotos das pessoas com quem eu me envolvo porque tenho medo do que ele pode fazer”
Ana Beatriz Silva*, 26, professora, de São Paulo (SP)
“Ele revirava meu lixo”
“Eu tive um ex-namorado que terminei com ele porque ele era surrealmente ciumento. Ele revirava meu lixo. Eu percebia porque eu notava os sacos mexidos ou rasgados. Uma vez, ficou especialmente claro porque ele achou que um sachê de ketchup era uma embalagem de camisinha. Ele me seguia na rua, também. Ele tinha um contato dentro da operadora de telefone que eu usava que passava para ele todas as ligações que eu fazia e recebia. Quanto tempo havia sido a ligação e para quem. Quando descobri o lance da operadora, eu terminei o relacionamento. Ele se trancou na minha casa durante uma semana. Não deixava eu pedir ajuda. Um dia, consegui sair de casa e ele me seguiu pela rua até eu entrar em um supermercado e despistá-lo. Ainda assim, ele continuou me stalkeando com perfis falsos no Orkut e no MSN. Ele ficava me adicionando com contas falsas durante meses. Só consegui me livrar dele quando me mudei de casa, de operadora de telefone e quando o Orkut e o MSN morreram de vez”
Palloma Cortes, 35, maquiadora, do Rio de Janeiro (RJ)
“Ele andava 10 km para me perseguir”
“Tudo começou quando eu tinha 14 anos e o cidadão devia ter uns 13 anos, mas eu achava que era coisa de criança. Quando eu tinha uns 15 anos, mudei de casa e ele ia a pé de onde ele morava até a minha nova escola me perseguir, que daria uns dez quilômetros de distância. Eu tinha que pegar outras ruas para ele não me encontrar. Comecei a namorar e meu então namorado teve que ameaçá-lo para ele parar de me seguir na vida real. Na internet, ficava me mandando e-mail, mensagens, curtindo e compartilhando minhas fotos.
Já com 22 anos, eu estava casada com esse meu então namorado e esse ser demoníaco arrumou meu número de telefone e, então, começou a me chamar para ir ao motel. Eu disse que era casada, mas ele ficou cismado porque ele e meu marido tinham o mesmo nome. Ele acreditava que eu queria, na realidade, estar com ele em vez do meu marido.
Ele viu, então, minha irmã na escola onde ele dava aula de saxofone e a reconheceu, ficou a perseguindo até dentro da sala de aula. A diretoria foi envolvida e ele foi proibido de entrar na escola por causa disso.
Minha tia é advogada e entrou em contato com a mãe dele para avisá-lo que, se ele não parasse, nós iríamos acionar a polícia. Parece que agora ele parou, mas há pouco tempo mandou mensagem de outro número no meu Whatsapp.”
Ana Laura Feliciano, 23, enfermeira, de Petrópolis (RJ)
“Tive de pedir demissão”
“Há seis anos, eu tive um stalker no lugar onde eu trabalhava. Ele estava em todos os lugares da empresa, ia na minha sala todos os dias, ficava me olhando na hora do almoço descaradamente. Achava que minhas atitudes iam ao encontro dele quando estávamos no mesmo lugar dentro da empresa. No começo, eu só ignorei todas as investidas e, quando alguém dizia que ele era um ‘fofo,’ eu respondia sempre que aquela postura era tudo menos fofa. Depois começou a me seguir até o ponto do ônibus. Então eu decidi pedir demissão e sumi.”
Silvia Katherine, 30, mestranda em antropologia, de Manaus (AM)
“Ele ficava perguntando onde eu estava”
“Esse rapaz era da minha faculdade. Não o conhecia, mas o pessoal me mandava mensagem dizendo que ele me achava bonita. Passou um ano e ele foi para a minha sala. Foi quando começou a me stalkear. Ele começou a me ligar, a escrever perguntando se eu poderia sair. Antes disso, ele disse que havia pesquisado sobre mim, que sabia de tudo sobre mim. Eu tentei fazê-lo parar, mas ele começou a passar do limite. Comecei a me sentir acuada porque ele ficava me perguntando onde eu estava, com quem eu estava. Eu bloqueei ele, mas ele passou a me ligar, perguntando porque eu não podia sair com ele. Não importava onde eu bloqueasse, ele arranjava um jeito de entrar em contato comigo. Fiquei com muito medo.”
Thays Ferreira, 26, maquiadora, de Itabuna (BA)
Fonte: Universa
Créditos: Natália Eiras