Responda, governador

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Rubens Nóbrega

Para não dizerem que não falei em flores, não tentei ouvir o outro lado, não concedi o benefício da dúvida nem a presunção de inocência, recorri ontem ao twitter para indagar diretamente ao Senhor Governador se é verdade ou não que ele usou avião do Estado para passar o último réveillon no Rio de Janeiro.

Aproveitei e emendei outras perguntas relacionadas ao mesmo assunto. E o fiz na presunção de que todas deveriam ser feitas por qualquer cidadão interessado numa governança transparente.

Antes de prosseguir, devo dizer aos leitores ainda não (ou pouco) familiarizados com o twitter que se trata do meio mais rápido de comunicação direta de um para outro ou vários usuários da Internet. Funciona quando o tuiteiro publica, no espaço que lhe cabe, mensagens de texto com o máximo de 140 caracteres, em postagens semelhantes àquelas feitas pelo colunista ao governador e que estão reproduzidas acima.

Segundo a Wikipédia, a auto-intitulada ‘Enciclopédia Livre da Internet’, em 14 de setembro de 2010 a rede social ou microblog conhecido como twitter registrava nada menos que 175 milhões de usuários em todo o mundo. Atualmente, estima-se em mais de um bilhão de ‘tuiteiros’ em todo o mundo. Entre eles, o governador Ricardo Coutinho, que nesse ambiente da web apresenta-se como @realrcoutinho.

Creio que os cidadãos de bem, politicamente conscientes e independentes da Paraíba clamam por esclarecimentos sobre essa denúncia, que é de muita gravidade. Afinal, trata-se da acusação feita por um parlamentar de que houve uso irregular de um bem público (uma aeronave oficial) para o lazer de um casal que não se conteria no próprio deslumbramento e fruição de mordomias pagas com dinheiro público.

Lembro ainda, como lembrei em coluna anterior, que sob os rigores da lei estará configurado um ato de improbidade administrativa por parte do governador caso não venha a esclarecer ou desmentir, com urgência urgentíssima e provas cabais, que não usou o avião do Estado para uma viagem de desfrute particular. Mais: nos termos da famosa Lei da Improbidade (Lei 842992), usar veículo oficial em serviço privado submete o autor do ilícito a penas que vão do ressarcimento integral do dano à perda da função pública e suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.

Para desmanchar e desmoralizar tudo isso, Sua Majestade e seus arautos terão que mostrar e comprovar que mentiu o Deputado Gervásio Filho, autor da denúncia apresentada da tribuna da Assembleia, ontem. O monarca e seus súditos mais dedicados – entre eles os bobos da Corte – terão ainda um trabalho adicional para mostrar e comprovar que mentirosa também é a matéria publicada ontem no blog do jornalista Helder Moura, com direito a ilustrações fotográficas, planos de voo e tudo o mais sobre a famosa viagem ao Rio, com incursões em Parati e Angra dos Reis, onde só da bacana e milionário feito o ex-senador Ney Suassuna, provável anfitrião do poderoso casal.

Bem, se governador e governistas mais chegados desejarem prestar os esclarecimentos solicitados, disponham deste espaço. Afinal, o colunista e a torcida só querem uma coisa: “Responda, Governador”.