Um grupo de compositores iniciou uma campanha nas redes sociais para receber valores referentes aos direitos autorais das músicas tocadas durante “O maior São João do mundo”. Eles pedem que organizadores da festas de Campina Grande paguem esses valores ao Ecad (Escritório Central de Distribuição e arrecadação), responsável por gerir os recursos dos direitos autorais e repassá-los aos artistas.
A campanha criada nas redes sociais cita nomes de compositores como Santanna, Tereza Accioly, Nando Cordel, Genival Lacerda, Cecéu, entre outros, e tem como pano de fundo o não repasse de verbas que os compositores teriam direito, já que são os criadores das músicas mais tocadas no São João.
“As festas de São João se aproximam e, mais uma vez, nossas músicas serão cantadas por grandes intérpretes. Adoramos ver o público animado e dançando ao som das canções que criamos. Fazer música não é fácil, dá trabalho, mas é gratificante fazer aquilo que amamos. […] Todos se beneficiam direta ou indiretamente, exceto os criadores. Há mais de 15 anos, os organizadores das festas de São João de Campina Grande e de Caruaru não pagam os direitos autorais do Ecad, esquecendo de valorizar os principais responsáveis por toda esta festa maravilhosa: os compositores”, diz a publicação.
A reportagem do Polêmica Paraíba entrou em contato com a compositora Cecéu, que confirmou a realização da campanha. Ela disse que há mais de 40 autores engajados. “Nenhum artista sobe ao palco pra fazer discurso. Eles sobem para cantar músicas e alegrar as pessoas, e essas músicas tem donos. Já faz muitos anos que os organizadores do São João de Campina Grande não pagam os direitos autorais”, explica.
Cecéu revelou que o Ecad já conseguiu uma liminar para que a organização do São João de Campina Grande pague ao Ecad R$ 300 mil referentes a somente uma das edições anteriores da festa realizada em Campina Grande, mas que o dinheiro não foi repassado. “Eles passaram por cima de uma liminar e não pagaram os direitos autorais”, explicou. Os organizadores da campanha criaram também um abaixo assinado virtual para angariar mais apoios para a campanha.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com Marcos Alfredo, secretário de comunicação de Campina Grande. Ele adiantou que o procurador geral do município, o advogado José Mariz, poderia responder aos questionamentos referentes ao ano de 2016, e que a empresa Aliança Comunicação e Cultura, é que tem a responsabilidade de falar sobre as edições 2017 e 2018 do evento.
O procurador José Mariz não atendeu nossas ligações até o fechamento da reportagem. As ligações feitas para a empresa Aliança Comunicação e Cultura também não foram atendidas.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba