Respeitem a UFPB! (2) - Rubens Nóbrega

Quando soube da matéria, bateu-me na lata a lembrança da chantagem com que um trio de escroques atuante na imprensa da Paraíba achacou o parente de um candidato a reitor da UFPB nos anos 90.
Na época, cobraram dinheiro grosso do cidadão para não publicar uma matéria que em tese prejudicaria demasiado a campanha e, sobretudo, a imagem do então reitorável, comprometendo-lhe as chances de vitória.

Não sei se a propina, a bola ou o toco foi pago ou não. Só sei que a tal matéria não saiu. Sei também que se baseava numa mentira, dessas que dão trabalho desmascarar.
Mesmo de pernas curtas, mentira é bicho que corre ligeiro. Quando cai no mundo…
Pois lembrei tudo isso tão logo tomei conhecimento da publicação da pretensa reportagem sobre supostos desvios de conduta e de recursos públicos nas obras da UFPB sob a direção de Rômulo Polari.

Não dei muita importância, de início, porque conheço razoavelmente os procedimentos administrativos na Instituição, o tanto e o quanto ela é fiscalizada e conheço também a integridade moral do Professor Polari.

Mas, no correr da semana, pela zoada que procuraram fazer em torno da bilontragem, disse comigo mesmo: “Aí tem…”. Fui atrás. Tinha. Tem.
Tem a ver com a campanha pela sucessão de Polari, que já começou? Lógico que tem. Mas tem a ver também com a indisfarçável necessidade da mídia governista de tirar o governo Ricardo Coutinho da boca do povo.

Pra fazer o povo esquecer um pouco as demissões, as perseguições, a falta de saúde, a falta de educação, a falta de segurança… Nada melhor do que tentar desviar o foco e chamar a atenção para um novo “escândalo”, mesmo que seja pura armação.
Pra fazer o povo esquecer um pouco a Cruz Vermelha, o troca-troca de terrenos e escândalos de verdade, feito o do lixo, da merenda, do Cuiá… Nada melhor do que tentar uma manobra diversionista como essa, que teria ainda a vantagem de induzir que todo mundo “é tudo farinha do mesmo saco”.

Mas, pelo visto, nada disso colou. Até por que a matéria não convenceu sequer a seus articuladores. Nem como ficção serviu, por absoluta falta de verossimilhança. E quando confrontada com a verdade, com a realidade, então…

Além do mais, Polari reagiu de bate-pronto, produziu nota de esclarecimento irretocável e irretorquível e os conselhos superiores da UFPB, à unanimidade, solidarizaram-se com o reitor, repudiando incisivamente a leviana detração.

Também… Não é pra menos. Como falar em superfaturamento se a UFPB, entre todas as 59 universidades federais do país, é aquela que vem conseguindo construir pelo preço mais baixo?
Basta dizer que o custo médio das obras no maior canteiro de obras da Paraíba, hoje, incluindo aditivos contratuais, gira em torno dos R$ 682 por metro quadrado. Se você for aqui pertinho, em Pernambuco, na UFPE, vai ver que o metro quadrado lá está sendo construído por mais de R$ 1.600.
A UFPB investe atualmente quase R$ 34 milhões em 120 obras que totalizam mais de 100 mil m2 de edificações em todos os campi e centros acadêmicos, de João Pessoa a Bananeiras, passando por Mamanguape, Rio Tinto e Areia.
Graças a esses investimentos, de 2005 pra cá a UFPB aumentou o número de cursos de graduação de 50 para 104, de vagas para novos alunos de 3.700 para 8.100 e de alunos matriculados de 18.759 para 29.629.
Na pós-graduação, o número de mestrados aumentou de 32 para 50 e o de doutorados de 12 para 28. O número de alunos de mestrado aumentou de 1.414 para 2.993 e o de alunos de doutorado de 470 para 1.290.

Estreia o pontocriticopb
Uma excelente entrevista com o deputado Anísio Maia, líder do PT na Assembléia e um dos mais contundentes críticos do governo Ricardo Coutinho…
Uma reportagem de fôlego sobre o abandono em que se encontram o esporte amador na Paraíba e a Vila Olímpica da Capital…
Uma matéria sobre o cara que organiza massa de apoio ao projeto de Ricardo em favor do dono do Manaíra Shopping…
Colunistas do quilate de Charlington Machado, Derval Golzio, Flávio Lúcio Vieira, Gilvan Freire, Hermano Nepomuceno, Marcio Caniello e Rodrigo Freire…
Esse é o cardápio de estréia do pontocritico.pb.com.br, o mais novo e super-qualificado espaço de opinião e informação da imprensa paraibana na Internet.
O sítio começou a receber visitas ontem, mesmo faltando algumas coisinhas que ainda precisem de arrumação.
Mas nem por isso o visitante deixará de voltar e recomendar aos amigos, porque se trata, realmente, de espaço da melhor qualidade.
Acessem, apreciem e repassem. A Paraíba precisa que gente assim – como o pessoal do pontocriticopb – manifeste-se cada vez mais.

As quentinhas da Emlur
Sintetizo a seguir ‘parecer’ do empresário Romeu Lemos (16 anos no ramo de restaurante e entrega de refeições), com texto do próprio, sobre as já famosas quentinhas da Emlur, essas, sim, com cheiro, tempero e sabor de escândalo de verdade.
***
Eu acredito que o Coriolano Coutinho, irmão do Governador da Paraíba Ricardo Coutinho, está correto quando diz que o preço da polêmica se refere a uma caixa com 1.000 (mil) quentinhas e ponto final!
Segundo as reportagens, a Emlur fornece cerca de 1.000 (mil) refeições/quentinhas por dia para seus funcionários. Agora, vamos às explicações.
1) Pelo que conheço, quem fornece/entrega comida já entrega na quentinha, um pequeno depósito em papel alumínio que em geral já faz parte do contrato. Não conheço em lugar nenhum quem forneça a comida sem depósito. Só se for sanduíche!
2) Se o contrato acorda a entrega de comida na quentinha, prá quê a Emlur adquirir quentinhas à parte? Eis a questão!
3) Se 1.000 (mil) quentinhas custam R$ 15,74, este seria o custo por um dia. Portanto, para um mês teríamos 15,74 X 30 dias = R$ 472,20. Para 1 (um) ano teríamos 472,20 X 12 = R$ 5.666,40.
4) Se em 1 (um) ano se gasta R$ 5.666,40, o montante de R$ 78.700 licitado e ganho por uma empresa tal daria para usar – pasmem! – por 13 anos, 8 meses e alguns dias.