OAB emite nota

REPERCUSSÃO NACIONAL: Turma de formandos em Direito de Sousa publica foto 'misógina' e gera revolta

"Não podemos assistir pacificamente a um ato de sexualização da imagem feminina que afronta as mulheres"

Uma turma de formandos do curso de Direito do campus de Sousa da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) causou polêmica nos últimos dias com a divulgação de foto, nas mídias sociais de alunos, em que sete homens aparecem fazendo gesto considerado pejorativo e ofensivo às mulheres.

Inicialmente, a revolta veio pelas mídias sociais dos próprios formandos, mas a polêmica teve repercussão nacional com a foto divulgada em perfil nacional de combate ao machismo e ao preconceito.

 

Na tarde deste domingo, 15, o presidente da Ordem dos Advogados da Paraíba, advogado e professor universitário Paulo Maia, emitiu nota de repúdio a ação dos formandos. Através de sua conta no Instagram, Paulo Maia diz contribuir com a formação de inúmeros advogados e garantiu que a OAB-PB vai oficializar a coordenação do curso de Direito para que os alunos que aparecem na imagem sejam responsabilizados.

Leia a nota na íntegra:

Na última semana, jovens formandos do curso de Direito da UFCG – Campus Sousa, postaram uma foto em suas redes sociais que vai de encontro à conduta e boa reputação exigida aos operadores do Direito.

Através da docência, tive a oportunidade, ao longo dos últimos anos, de contribuir na formação universitária de homens e mulheres, no repasse de valores como honra, dignidade e decoro, condizentes à preservação da conduta, conforme o Código de Ética da OAB.

Esses jovens, se já não lograram aprovação no exame de ordem, irão prestá-lo no futuro. No entanto, para exercer a função constitucional atribuída à advocacia, é preciso mais que aprovação no Exame de Ordem, pois não se pode perder de vista o que estabelece nosso Código de Ética.

Enquanto indispensáveis à administração da Justiça, os(as) advogados(as) são defensores(as) do Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade, da boa fé, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função social que exerce.

Dessa forma, não podemos assistir pacificamente a um ato de sexualização da imagem feminina que afronta as mulheres de um modo geral e não só as advogadas com gestos obscenos relacionados à anatomia do seu sistema reprodutor, como se observa na foto postada.

Atualmente, os quadros da OAB/PB são compostos por 42% de mulheres que dignificam a Advocacia, as quais exercem seu múnus público com destemor, independência, decoro e dignidade. A luta pelo respeito e valorização das Advogadas é uma bandeira levantada desde o meu primeiro dia a frente da Ordem que representa advogados e advogadas em todo o Estado da Paraíba.

A OAB/PB não se omitirá e oficializará a coordenação do curso de Direito e a diretoria do Centro da UFCG para exigir que seus alunos sejam responsabilizados pelo ato de misoginia.

 

Na última semana, jovens formandos do curso de Direito da UFCG – Campus Sousa, postaram uma foto em suas redes sociais que vai de encontro à conduta e boa reputação exigida aos operadores do Direito. Através da docência, tive a oportunidade, ao longo dos últimos anos, de contribuir na formação universitária de homens e mulheres, no repasse de valores como honra, dignidade e decoro, condizentes à preservação da conduta, conforme o Código de Ética da OAB. Esses jovens, se já não lograram aprovação no exame de ordem, irão prestá-lo no futuro. No entanto, para exercer a função constitucional atribuída à advocacia, é preciso mais que aprovação no Exame de Ordem, pois não se pode perder de vista o que estabelece nosso Código de Ética. Enquanto indispensáveis à administração da Justiça, os(as) advogados(as) são defensores(as) do Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade, da boa fé, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função social que exerce. Dessa forma, não podemos assistir pacificamente a um ato de sexualização da imagem feminina que afronta as mulheres de um modo geral e não só as advogadas com gestos obscenos relacionados à anatomia do seu sistema reprodutor, como se observa na foto postada. Atualmente, os quadros da OAB/PB são compostos por 42% de mulheres que dignificam a Advocacia, as quais exercem seu múnus público com destemor, independência, decoro e dignidade. A luta pelo respeito e valorização das Advogadas é uma bandeira levantada desde o meu primeiro dia a frente da Ordem que representa advogados e advogadas em todo o Estado da Paraíba. A OAB/PB não se omitirá e oficializará a coordenação do curso de Direito e a diretoria do Centro da UFCG para exigir que seus alunos sejam responsabilizados pelo ato de misoginia.

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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba