REMANDO CONTRA A MARÉ, POR ANTONIO MALVINO

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A bancada do PMDB no Congresso está se mobilizando para tentar derrubar o veto presidencial à lei que pretendia autorizar a criação de 269 novos municípios no país. No começo do mês, a presidente Dilma vetou a lei por completo, sob o argumento de que, entrando em vigor, ela geraria um gasto fiscal muito elevado numa hora de dificuldade econômica.

Nesse aspecto, a presidente está coberta de razão. Afinal, o momento não é propício para a criação de novas despesas, ainda mais para alimentar interesses políticos de deputados, senadores e lideranças regionais. Autorizando a instalação de novos municípios – o que é que iria acontecer? Com eles – viria a criação de mais cargos de prefeito, vice, vereadores e a contratação de servidores públicos.

O que isso significa? Divisão do bolo tributário dos municípios-mãe e mais uma fonte para a corrupção e o roubo do dinheiro público. Na Paraiba, quem não se lembra?, há tempos atrás houve uma verdadeira febre de criação de novos municípios e o que se viu é que alguns realmente conseguiram crescer e se desenvolver, mas outros permanecem quase do mesmo jeito de quando eram distritos – atrasados, sem as obras e ações necessárias e só servindo para encher o bolso de gestores e seus apaniguados.

O Brasil, pelo visto, já tem municípios demais. São 5.569, muitos dos quais sem as estruturas necessárias para atender as demandas da população. Então, prá quê criar novas cidades – se a União, Estados e Municipios estão tendo enormes dificuldades para cumprir suas metas fiscais? Quantos não estão por aí, inclusive aqui na Paraiba, sem condições até de honrar o pagamento da folha de pessoal? O PMDB, pois, que se preocupe com assuntos mais relevantes para a vida nacional.

Criação de novos municípios não é nenhuma prioridade para o país. O que é preciso, isso sim, é fazer mais investimentos na saúde, na educação, na segurança pública, na melhoria da malha rodoviária e na geração de emprego e renda e etc.. É disso que o povo está necessitando e não de montagem        de estruturas que, no final, só vão favorecer à sanha dos assaltantes de cofres públicos.