Maior preparo de Lula reflete governo que fez
Ao perguntar quem está mais preparado para fazer mudanças no Brasil, o Datafolha obteve respostas que reforçam a avaliação de que a reeleição da presidente Dilma Rousseff dependerá bastante do empenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o Datafolha, Lula é o mais preparado para mudar o Brasil na opinião de 28% dos entrevistados. Dilma aparece em segundo nesse quesito: 19%. Depois, vem o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, com 14%. A ex-senadora Marina Silva (PSB) ficou com 11%.
Mas Barbosa já disse que não vai disputar o Palácio do Planalto neste ano. E Marina deverá ser vice do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também do PSB. Por ora, estão fora do páreo.
O senador Aécio Neves (MG), candidato do PSDB à Presidência, teve 10%. E Campos, que disputará o Palácio do Planalto pelo PSB, foi apontado por 5% como o mais preparado para promover alterações no país. Dos entrevistados, 6% optaram pela resposta nenhum. Outros 6% não souberam responder.
Os dois prováveis candidatos da oposição deverão dizer que suas taxas refletem o baixo índice de conhecimento na comparação com figuras como Lula, Dilma, Marina e Barbosa. Sim, isso explica um pouco. Mas não garante que, ao se tornar mais conhecidos, também serão apontados como os mais preparados para mudar o Brasil.
Há uma hipótese para justificar as respostas a essa pergunta do Datafolha: uma parcela significativa da população enxerga na dupla Lula-Dilma o caminho para alterações porque os governos do PT já mudaram para melhor a vida dos mais pobres.
Se os petistas já fizeram esse trabalho, é natural que sejam vistos como os mais preparados para continuar a missão. Por isso, os estrategistas de Dilma já entoam o discurso de que ela seria a mais indicada para promover as alterações que dois terços do eleitorado desejam.
Na campanha, voltará a ser reforçada a ligação entre Lula e Dilma. O ex-presidente será usado para tentar relembrar à maior parte do eleitorado que Dilma seria a mais indicada para dar continuidade ao trabalho que ele começou.
Depois de massificar as políticas públicas para os mais pobres e de criar um mercado consumidor que permitiu o nascimento de uma nova classe média, seria o momento de outra mudança de patamar na qualidade de vida da população.