Recuperar quem, cara pálida?

Marcos Tavares

Deixemos de hipocrisias. Em todo o mundo, cadeia nunca foi feita para recuperar nem ressocializar ninguém. Cadeia é castigo, é afastamento da sociedade por medida de prevenção, isto da Suíça até o reino de Cipango. No mundo todo, prisão é um inferno em vida. E no Brasil, onde até quem é livre come o pão que o diabo amassou, preso sofre ainda mais com presídios superlotados, guardas truculentos, tortura, humilhação, enfim todo um rosário de inclemências que nem por isso desanima a marginália que continua matando e roubando com a mesma vontade.

Que não se use esse argumento para adiar a maioridade penal aos dezesseis anos, pois ele não vale.

Deixar de prender o menor infrator porque a cadeia é terrível é animá-lo a prosseguir na senda do crime e ainda mais, deixar impune quem mata bárbara e friamente. Não podemos esperar pelo regime prisional dos sonhos de onde o prisioneiro sai recuperado e ressocializado porque isso nunca existiu nem existirá. Se nossas cadeias são deploráveis, é porque nossa sociedade como um todo é igualmente deplorável.

Não existe diferença entre cadeias e as casas onde jogam essas crianças por alguns meses. A diferença é que dessas casas eles saem imediatamente para delinquir novamente e na cadeia dariam um pouco mais de sossego à sociedade e inibiriam futuros contraventores. O buraco é bem em baixo, na divisão cruel das riquezas e numa sociedade de castas estratificadas onde a miséria é endêmica.

Nomes

A oposição, louca para dividir o time Ricardo e Cássio, espera agora a formação de chapas como sua última esperança. Eles torcem para que Ricardo faça o que fez na reeleição para prefeito e escolha ele próprio sua chapa majoritária deixando aliados de fora.

Nesse caso, alijado do processo, Cássio Cunha Lima teria de lutar pela sua sobrevivência e pela sobrevivência dos tucanos na Paraíba e aí sim o rompimento poderia vir.

Resta saber se Ricardo está mais político, se apreendeu com as lições do tempo e se tem largueza para ceder em nome de uma vitória.

Unidos

Professores da rede municipal e estadual conduzem políticas sindicais separadas, mas agora se uniram numa greve nacional que vai deixar quatrocentos mil alunos sem aulas por dois dias.

O tema é o de sempre. Salários baixos, planos de carreiras não cumpridos e queda financeira na aposentadoria.

Essa greve tem todos os ingredientes para voltar mais forte e durar por mais tempo.

Ossos

A moda pegou. O rit do momento é jogar carcaças de bois nas portas dos bancos.

Banco faz muitas maldades, mas não provoca seca. O buraco é mais embaixo.

Menor

Acho que nossa Câmara Municipal tem assuntos e ações mais pertinentes do que considerar Neymar persona non grata à cidade.

Uma molecagem de um suburbano alçado a estrela não pode ocupar nossos vereadores.

Rigor

A OAB anuncia rigor para os advogados envolvidos na aplicação de multas fraudulentas pra juiz da capital.

É uma questão de respeito e sobrevivência para a própria categoria que precisa fazer respeitar-se.

Censo

Nossa Secretaria de Saúde quer saber quantos gatos e cães existem na cidade e realiza censo.

Valem os cachorros de duas pernas, aqueles que mordem de furto?!

Lenda

Pode ser mais uma lenda urbana ou pode ser uma verdade espantosa. Fala-se no interior de um provável carro preto que estaria raptando crianças para retirada de órgãos. Estarrecedor.

Missão

É ingrata e difícil a missão de certos companheiros do batente de defender os marginais do mensalão.

Difícil, inglória, mas parece que bem remunerada.

Frases…

Desamor – Quando um não quer, dois não amam.

Negócio – Professor não dá aula. Vende aula.

Sina – O brasileiro é tão sofredor que sua música preferida é o chorinho.