Rebeca e Fernanda

Marcos Tavares

Felizmente a constância da violência ainda não nos embruteceu o suficiente para que a aceitemos calados. O desaparecimento da menina Fernanda Helen tem comovido a cidade, e bombeiros, policiais, gente do povo de une numa cruzada para encontrar a menor que sumiu num pequeno trajeto da escola para casa. O que aconteceu a Fernanda? Estaria ela viva ou morta? É uma interrogação que todos se fazem temerosos, justificada pelo desaparecimento trágico de Rebeca, outra menina encantada também nas proximidades da escola. Não se pode negar o zelo da polícia, mas ao mesmo tempo devemos ter em mente que não existe crime perfeito e que alguma pista foi ignorada.

A família de Fernanda agiu como recomenda a polícia e desde as primeiras horas acionou delegacias para anunciar o sumiço da menina. Desde então, uma chuva de pistas falsas e telefonemas confusos tem levado a força policial e seus parentes a caminhos cada vez mais controversos sem um resultado positivo. É inconcebível como se brinca com a dor alheia e ainda tem gente com disposição de passar um trote nos familiares da desaparecida como não fosse isso um crime e uma perversidade. Os dias passam e a esperança finda. Fernanda ainda estaria viva? Nada indica, pois normalmente sequestros e desaparecimentos longos não têm final feliz.

Fernanda não tinha ligações espúrias nem com as drogas nem com uma vida desregrada. Era uma menina comum voltada para os estudos e para casa, mas nem isso salvou sua vida da violência que ronda nossa periferia e às vezes avança pela cidade. Fernanda, tudo indica, será mais uma estatística negativa, um número como acabou sendo Rebeca, um caso para recordar e uma saudade na família. Precisamos prender esses estupradores e esses sequestradores para que se restaure a confiança no nosso aparato policial e, principalmente, para que as outras Fernandas da cidade possam caminhar em paz.

Recorrente
Sempre que a Paraíba sai em rede nacional é como terra de problemas, local onde a Lei impera pouco. Não foi diferente na última edição do Fantástico.

A Paraíba foi mostrada ao Brasil como um lugar onde prefeitos não respeitam a transição, onde a coisa pública é descuidada e onde a ordem de quem sai é deixar um clima de terra arrasada.

Juazeirinho foi o palco dessa triste realidade paraibana com prefeitura sem dinheiro em caixa, seca, fome, falta de equipamentos básicos de saúde, enfim tudo que depõe contra nosso Estado.

Colheita
Decididamente Ricardo Coutinho elegeu o interior como seu território. É lá que faz e anuncia as maiores obras e agora é por lá que colhe preciosos frutos políticos com a adesão de vários prefeitos.

Enquanto com os deputados ele mantém uma convivência pouco amistosa, com os prefeitos – independentes de legenda – ele percorre um caminho bem mais fácil, que pode ser vital para sua reeleição.
Os prefeitos estão bem mais próximos do eleitor que os deputados.

Repeteco

Já cansa a repetição do ex-prefeito Veneziano Vital de que deixou dinheiro na Prefeitura de Campina.
Estranhamente ele preferiu deixar dinheiro a pagar o funcionalismo e os fornecedores.

Base
O PT do B – uma estranha e nova legenda – afirma que, mesmo sendo da base de Cartaxo, pode votar matérias contra o prefeito.
O recado na realidade é: a base fica condicionada ao tratamento dado à legenda.

Números
Mais de dez mortos à bala neste final de semana passado. Fatos assim nos fazem desacreditar nos números que apontam a diminuição de homicídios na capital. É que a realidade que não bate com os números.

Nordestina
Dilma Rousseff descobre o Nordeste e a Paraíba, de onde fugia como o diabo da cruz.
Embalada pela vitória do PT na capital e trazida pelo ministro Aguinaldo Ribeiro, deve beber da nossa água.

Sumido
Silencioso e desaparecido. Assim está o senador Cícero Lucena desde o último pleito.
Deve estar fazendo contas para definir seu próximo passo político.

Requentada
A revista “IstoÉ” sempre pronta a difamar alguém, desde que devidamente recompensada.
Traz com destaque a requentada matéria dos gastos na Granja Sant’Ana.

Frases…

Familiar – Em briga de marido e mulher só Maria da Pena mete a colher.
Tabagismo – Um dos maiores males do cigarro no Brasil é o imposto.
Divórcio – Separação amigável é quando os dois saem vivos.