Questões pontuais

Marcos Tavares

Como acordei mal humorado hoje, dedicarei esse espaço apenas às sérias questões que abalam nosso país. A primeira delas, a merecer manchetes e preciosos espaços na mídia, é sem dúvidas o casamento de Daniella Mercury. Nunca tantos defenderam tão poucos e poucas vezes esse Brasil mostrou-se assim liberto, eufórico, tolerante e cheio de gêneros. Enquanto os antiquados franceses lotam as ruas de Paris para protestar contra casamentos do mesmo sexo, nós, os aborígenes dessa nova América nos enchemos de orgulho com a escolha de Daniella, que passa de cantora a ditadora da moda sexual.

Outro assunto de vital importância é a venda de Neymar. Todo o Brasil espera numa só corrente que ele não envergonhe nossas cores em terras espanholas e que reduza Messi à sua condição de coadjuvante, pois afinal os argentinos já ganharam um Papa. É preciso, é absolutamente necessário que Neymar e seus cabelos comanches brilhem em arenas europeias para que o brado retumbante de nossa grandeza reluza em campos universais. O Brasil, que acabou a pobreza, acabou a violência, resolveu sua saúde pública e principalmente tomou os morros cariocas, não pode nem deve fazer por menos.

Mais importante que tudo isso, pairando sobre a elegância discreta de nossa Presidente e dos artigos de Lula no mais castiço inglês, surge a figura impávida de Felipão. A pátria calça as chuteiras e, mais que isso, recebe o mundo futebolístico nessa Copa das Confederações. O mundo enfim verá a nossa grandeza não só na bola como nos avanços do trânsito, a modernidade de nossos aeroportos, a paz que reina em nossas grandes cidades e a maravilha que é esse Brasil de Dilma e o Pai João. Afinal se ainda não temos o Nobel, temos Pelé. E tenho dito!

Comparativo

Não dá para deixar de comparar as políticas de pessoal de Cartaxo e Coutinho. Cartaxo dá aos barnabés municipais um aumento com índice médio de 8% enquanto Coutinho veta a emenda da Assembleia que queria subir de três para cinco o reajuste do servidor estadual.

São números díspares que revelam duas formas de governar. Coutinho prefere gerir o Estado sem se importar muito com a vida do servidor. Já Cartaxo, mais prudente, sabe que sem servidores mais motivados fracassará na sua administração.

A esperança é que Coutinho esteja preparando um reajuste maior no próximo ano quando o período eleitoral estará mais apertado e a memória mais refrescada.

Decisão

O tempo passa e o ex-prefeito Agra não se decide por uma legenda política. Essa indecisão tem sido marca de Agra na vida política. Na disputa pela prefeitura, ele primeiro renunciou à candidatura e só depois veio brigar por ela quando era muito tarde.

Em política, indecisões e recuos são táticas que nunca levam a bom resultado. Agra tem de encarar uma legenda e dentro dela brigar para conseguir espaço.

Entrar como general é difícil.

Clinicando

Em vez de importar médicos cubanos, por que não exigir que nossos médicos, formados em universidades públicas, tenham de passar uma temporada no interior?

Seria um aprendizado para eles e saúde para os moradores.

Lição