QUEBRANDO O SILÊNCIO: Fátima Bezerra nega conversa sobre eleições com governador

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A presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, negou que tenha mantido uma conversa com o governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), para tratar de temas eleitorais, como chegou a ser especulado por setores da imprensa paraibana. A magistrada, que é esposa do presidente do PMDB, José Maranhão, garantiu que seu diálogo com o chefe do executivo estadual se deu para abordar assuntos de interesse do poder judiciário:
“Estive na Granja na segunda-feira, mas pedi ao governador uma audiência para atender o TJ e não Maria de Fátima, esposa de José Maranhão. Eu havia pedido essa audiência há uns 10 dias. E eu não fui sozinha, mas acompanhada pelo vice-presidente do TJ e o presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba e mais dois membros da AMPB. Eu não falei sozinha com o governador e, aliás, tive várias audiências com ele e nunca tratei de assunto algum sozinha porque represento a instituição”.

A desembargadora também disse que não tem papel preponderante nas decisões políticas do marido: “Com relação à política, eu não interfiro. Eu luto pelo meu marido? Sim. Quando ele é candidato, eu estou ao lado dele, sofrendo e conversando com ele. Só isso. Mas, toda decisão política depende dele”.
As explicações da presidente do TJ se deram em um momento em que o governador havia sinalizado, pela imprensa, a possibilidade de abrir conversações com o PMDB para a viabilização de uma aliança visando as eleições de outubro. Ontem, contudo, José Maranhão declarou que comunga com a tese de Cássio Cunha Lima (PSDB) de união das oposições.
Sucessão contestada – Fátima Bezerra, por fim, ainda comentou a ação que tramita na Ordem dos Advogados do Brasil e que investiga um eventual descumprimento da Constituição Estadual na sua ascenção ao Governo do Estado, em substituição a Ricardo Coutinho, que estava em viagem, no dia 24 de março. Segundo denúncia protocolada na Ordem dos Advogados da Paraíba, quando da sucessão governamental, não houve o chamado para que o presidente da Assembléia, deputado Ricardo Marcelo (PEN) pudesse assumir o governo.
“Vários presidentes de TJs já assumiram em substituição ao governador anteriormente. Alguns desembargadores passaram um dia, dois três… é algo corriqueiro e natural”, resumiu ela. As declarações foram dadas no programa Paraíba Livre  do radialista Marcelo José.