A concentração aumentou e os quatro maiores bancos já têm praticamente 80% do mercado de crédito brasileiro. Dados apresentados nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central mostram que as quatro maiores instituições financeiras – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Caixa Econômica Federal – terminaram dezembro com 78,99% do mercado de crédito. O porcentual revela aumento na comparação com junho, quando o índice estava em 76,95%.
A concentração também cresceu nos outros dois temas acompanhados pelo BC. Em depósitos, a participação das quatro instituições aumentou de 74,56% para 78,48% no mesmo período. Em total de ativos, a parcela do BB, Itaú, Bradesco e Caixa passou de 70,48% para 72,70%.
Questionado sobre a grande concentração no mercado bancário no País e o seu impacto sobre as altas taxas de juros cobradas aos tomadores de crédito, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, considerou que a concorrência é “muito bem vinda” e disse achar que a própria recuperação da atividade econômica do País pode causar uma renovação da vontade de novos bancos estrangeiros atuarem aqui.
“Poderemos ver esse interesse ser renovado na medida que os riscos e incertezas (da economia brasileira) vão se dissipando”, alegou. “O grande estímulo para a entrada de novos concorrentes é um mercado que cresce e se recupera. A queda do risco Brasil e o endereçamento de questões fiscais, com uma política macroeconômica que gere confiança nos agentes é o que vai estimular a chegadas de novos concorrentes.
Meirelles afirmou ainda que o governo tem trabalhado em alternativas para a redução estrutural do custo de crédito no País. Ele destacou que um dos principais fatores para o custo dos empréstimos no Brasil é a inadimplência.
“Estamos trabalhando para reduzir o custo relacionado à inadimplência, que acaba representando um ônus para todo mundo. Isso passa por melhorar o chamado cadastro positivo e o sistema de garantias e recuperação de crédito. A história brasileira mostra resultados muito interessantes quando você aumenta a garantia e a segurança da concessão de crédito”, avaliou.
O diretor disse não saber se o aumento das garantias no crédito teria mais impacto que o aumento da concorrência bancária sobre o custo do empréstimos no País.
Fonte: Estadão