Nilvan Ferreira

Que o grupo liderado pelo deputado estadual Luciano Cartaxo faria de tudo para garantir a vitória da tese da candidatura própria, isto tudo mundo sabia. Agora, este capítulo de hoje, em que os mais influentes membros da direção nacional do PT, assinam um documento, endereçado a todos os militantes e filiados partidários, referendando o apoio a proposta de que a legenda precisa ter candidatura própria em João Pessoa, era o pesadelo que o Padre Luiz Couto nunca desejaria ter nem em sonho, imaginem acordadinho da silva.

Pois foi o que aconteceu. E o fato, ao que parece, é um dos elementos que pode ir, pouco a pouco, enfraquecendo o discurso defendido pelo deputado Luiz Couto, árduo integrante do grupo que apóia a tese de que o PT necessita continuar apoiando a candidatura indicada pelo governador Ricardo Coutinho, nas eleições deste ano.

O documento, assinado por petistas influentes, a exemplo de José Dirceu, Humberto Costa (senador), José Guimarães (vice-presidente nacional do PT), Valter Pomar, Francisco Rocha (coordenador nacional da comissão de ética do PT), entre outros, sinaliza um processo de esvaziamento da tese da dependência.

Fica difícil a tarefa do Padre Luiz Couto. A tese levantada por ele é extremamente complicada do ponto de vista político. Os argumentos não sobrevivem a trinta minutos de debate. Como defender a idéia de que o partido precisa se manter como apêndice do que pensa e planeja um outro grupo? É neste ponto onde mora o problema. O PT é bem maduro neste aspecto e não consegue degerir o que coloca Luiz Couto.

A carta assinada por diversos membros do PT à nível nacional tem peso significativo no processo de escolha que o partido fará no próximo dia 18. Será contabilizado pelos filiados no momento de escolher a tese mais consequente para os projetos partidários em João Pessoa. Dito isto, o fato é que o deputado Luciano Cartaxo, pode estar preparando outras surpresas já nos próximos dias e que podem ser decisivas no embate que vive hoje o Partido dos Trabalhadores, na capital.