Polêmica

PT recorre ao STF por ‘vício’ na sessão da denúncia contra Temer

Quem vota ‘sim’ é pelo arquivamento da denúncia e quem vota ‘não’ é pelo prosseguimento da investigação contra Temer

O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), informou nesta quarta-feira (2) que a bancada do partido está na Câmara, mas adotou a estratégia de não marcar presença na sessão que analisa o pedido para instaurar processo por crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB) porque, para o partido, a acusação não teve direito de se pronunciar. Para ele, “há vício no processo”.

“Já entramos com ação no Supremo Tribunal Federal para que esse vício seja corrigido”, disse.

De acordo com o líder do PSOL, Ivan Valente, a oposição entrou com mandado de segurança para que o plenário vote o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para instaurar processo, e não o relatório da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), contrário ao pedido. A oposição está em obstrução.

Como a votação é do parecer, quem vota ‘sim’ é pelo arquivamento da denúncia e quem vota ‘não’ é pelo prosseguimento da investigação contra Temer.

A solicitação para que o STF abra o processo é embasada em denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que denunciou Temer por crime de corrupção passiva com base em gravações e delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F – que controla o frigorífico JBS e outras empresas.

O deputado José Guimarães (CE), líder da Minoria, defendeu que a Câmara autorize o STF a investigar o presidente e questionou a tese de que o governo Temer retomou o crescimento econômico. Segundo ele, o investimento público caiu mais de 48%, e este governo só quer “fazer superavit primário”. Para ele, há “gastança” do governo, com a distribuição de cargos públicos e negociação de apoio entre parlamentares. Ele ressaltou ainda que o governo tem 95% de rejeição da população e defendeu a convocação de eleições diretas para presidente.

O deputado Fausto Pinato (PP-SP), por sua vez, elogiou Temer por promover reformas estruturantes e criticou a delação da “quadrilha” JBS. “O momento é de ter responsabilidade com o País”, defendeu. “Falta 1 ano e 5 meses para acabar o mandato do presidente, não há tempo de PEC para eleição direita, parem de ser demagogos”, completou. Ele destacou que a eleição seria indireta no caso de afastamento de Temer.

Fonte: Com informações da Agência Câmara