PT pode abrir dia 29 processo de expulsão de 10 dissidentes

Por Josival Pereira

charliton

O PT da Paraíba está mesmo disposto a bancar processos de expulsão contra militantes que estejam desobedecendo à orientação de deixar cargos nos governos Ricardo Coutinho (PSB) e Romero Rodrigues (PSDB), em Campina Grande.

Já existe até uma data para a abertura dos processos de expulsão. O presidente estadual do PT, professor Charliton Machado, revelou nesta sexta-feira que os processos serão instaurados no próximo dia 29.

Mais: Machado revelou que deverão ser instaurados cerca de 10 processos de expulsão. Ele não revelou nomes, mas certamente estão na lista José Linhares e Carlos Alberto, que exercem cargos na gestão Ricardo Coutinho e que assinaram documento se negando a cumprir a orientação partidária. A lista também deverá conter nomes de Campina Grande.

Caso se concretize a informação do presidente Charliton Machado de abertura de algo em torno de 10 processos de expulsão haverá clara mudança de postura no PT da Paraíba.

Apesar das muitas divergências, brigas, confusões e rachas, até agora, o PT não trilhava pelo caminhão mais radical das expulsões. O único processo conhecido de expulsão foi o de Ricardo Coutinho, em 2000, quando ele queria ser candidato a prefeito e se confrontou que um grupo liderado pelo deputado Luiz Couto, tendo a participação direta de Júlio Rafael, que conduziu o procedimento. O diretório estadual chegou a expulsar Ricardo, mas a direção nacional reverteu à decisão.

Em nenhum outro momento, o PT agiu mais rigorosamente contra dissidentes. Em Campina Grande, parte do PT fez aliança com Cássio Cunha Lima para a disputa da Prefeitura, com Cozete Barbosa na vice; Júlio Rafael liderou um movimento de apoio a Cássio na disputa pelo governo quando o PT disputa a vice na chapa do PMDB e Luiz Couto apoio Ricardo nas mesmas circunstâncias, além de não ter apoiado a candidatura de Luciano Cartaxo para prefeito em João Pessoa.

Alguns dirigentes petistas acham que chegou a hora de se fazer uma limpeza interna. As expulsões serviriam de exemplo. Outros acham que as expulsões podem transformar o grupo do deputado Luiz Couto em vítima, desviar a atenção da candidatura própria e prejudicar a imagem da legenda.

O problema é saber como o deputado Luiz Couto vai se comportar e como o atual diretório vai tratá-lo. Não se sabe.

Com certeza, porém, se os processos de expulsões forem instaurados, haverá muito barulho no PT da Paraíba nos próximos meses.