PT nacional ameaça intervenção na Paraíba

Se não houver unidade na disputa eleitoral de 2012, o PT nacional poderá intervir na Paraíba, mais especificamente em João Pessoa. A informação foi dada pelo secretário-geral do partido, Paulo Frateschi. Ele lembra que na eleição de 2010 o PT marchou dividido, entre o apoio a José Maranhão (PMDB) e a Ricardo Coutinho (PSB). Frateschi avisou que o partido irá intervir se casos como esses se repetirem na corrida municipal.

Em João Pessoa, o PT já dá sinais de que estará novamente dividido, como aconteceu em 2010. Ignorando a pré-candidatura do deputado Luciano Cartaxo, a ala ligada ao deputado federal Luiz Couto promove hoje um evento em prol da pré-candidatura de Estelizabel Bezerra, do PSB. “A aliança PT-PSB tem história”, diz um manifesto divulgado ontem nos jornais do Estado. A manifestação pró-Estelizabel acontece no Hotel Nobile, em Tambaú, a partir das 10h.

O movimento em defesa de uma aliança com o PSB ocorre no dia em que o Partido dos Trabalhadores comemora 32 anos de fundação. Na Paraíba, conforme registra Paulo Giovani Antonino Nunes, em livro sobre a trajetória do partido, o projeto de fundação da legenda foi encabeçado por militantes vinculados a movimentos da Igreja Católica (muitos dos quais foram se afastando da legenda) e por militantes de organizações da esquerda clandestina. O primeiro presidente do PT foi Eliezer Gomes, um dos coordenadores da Pastoral de Juventude.

A fundação na Paraíba se deu em 10 de agosto de 1980, com a presença de Lula, em João Pessoa e cidades do interior. No dia 13 de setembro, o PT-PB pediu seu registro provisório. Em março de 81, aconteceu o primeiro racha, com a saída de um grupo de militantes, liderado por Wanderly Farias. O primeiro deputado federal eleito foi Avenzoar Arruda. Derly Pereira foi o primeiro candidato a governador, em 82. Chico Lopes conseguiu, em 92, como candidato, levar a disputa a prefeito de João Pessoa para o segundo turno, enfrentando Chico Franca (PDT), eleito com o apoio do braguismo.

Políticos como Marcondes Gadelha, Lúcia Braga e Antônio Mariz tiveram seus nomes vetados pelo PT paraibano. O ingresso de Marcondes no partido tinha sido acertado com a cúpula nacional, inclusive com o apoio de Lula.