RECIFE — Depois de muita confusão e bate boca entre militantes, o Diretório Regional do PT decidiu neste domingo entregar todos os cargos ocupados pelo partido na gestão do governador Eduardo Campos (PSB), pré candidato à sucessão presidencial. Campos vem sendo acusado por setores do PT de ter montado em Pernambuco o quartel geral do antipetismo no país.
A decisão de hoje também se aplica ao Recife e ao município de Paulista, localizado na regiáo metropolitana, administrados pelo PSB. O Presidente do PT pernambucano, deputado Pedro Eugênio vai pedir ainda neste domingo audiência ao governador, para comunicar oficialmente sobre a decisão.
A ordem do PT é para que os seus filiados não insistam em permanecer, porque quem desrespeitar a orientação do partido será punido com a expulsão. Apesar da reunião, o PT ainda não conseguiu fechar o palanque para abrigar a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.
Com o partido enfraquecido no estado desde a eleição municipal do ano passado — quando saiu derrotado em Recife, depois de três gestões na prefeitura —, suas lideranças ainda não definiram se ficam com candidato próprio ou apoiam o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE).
Em Pernambuco, o PT tem 18 tendências, cinco ligadas à CNB e treze ligadas à deputada Tereza Leitão, que faz oposição ao outro grupo. Embora ela aglutine mais correntes, o outro grupo é majoritário no diretório.
O PT teria 25 cargos no governo do ex-aliado Eduardo Campos, mas o número não foi confirmado pela presidência do partido. De acordo com fontes do PT, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, teria aconselhado o desembarque por que o partido não tem mais “condições morais” de permanecer no governo do socialista.