Disposto a transformar uma eventual CPI da Petrobrás na peça de resistência de sua pré-campanha presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB) escalou a juventude nacional do partido para lançar na internet um portal que acompanhará o dia a dia da comissão. Nesta quarta-feira, 9, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou para a próxima terça-feira, 15, a decisão sobre o futuro da CPIs.
Na manhã desta quarta-feira, 8, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em votação simbólica, a proposta de se instalar a versão “ampliada” da Comissão Parlamentar de Inquérito.
O canal tucano será alimentado com um conteúdo mais crítico do que o usado nos canais institucionais da legenda. Batizada de PTbras, a página contará com vídeos e terá um tom didático. “Usaremos uma linguagem fácil para a população entender o que está acontecendo. Mostraremos o conjunto de escândalos e como isso está afetando (a estatal)”, diz Olynto Neto, presidente da juventude tucana.
Recentemente, o mesmo grupo lançou um site chamado “Calendário de Escândalos”, no qual a presidente Dilma Rousseff (PT) é retratada de forma caricatural. Por ser um instrumento da “juventude”, a linguagem é mais agressiva do que a usada pela legenda regularmente.
A iniciativa, que foi chancelada pela cúpula da pré-campanha de Aécio, se soma a outras articuladas por núcleos de “ativismo digital” do PSDB.
Nesta quarta-feira, por exemplo, os tucanos localizaram um vídeo gravado em 2010 no qual o então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha – pré-candidato do PT ao governo paulista – pede votos para o deputado licenciado petista André Vargas, que se licenciou do mandado na última segunda-feira, 7, em meio a acusações de intermediar negócios de um doleiro com o Ministério da Saúde. O material foi editado com imagens de hospitais lotados e recortes de jornais com referências ao caso.
Em seguida, foi distribuído nas redes sociais por “ativistas” como o vereador tucano Floriano Pesaro. Diariamente dezenas de páginas, sites e perfis falsos ou anônimos são instalados nas redes sociais com críticas ferozes aos três principais pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Estadão