Nilvan Ferreira
É fato. Não convidem para sentar na mesma mesa alguns aliados fiéis ao prefeito Luciano Agra e outros seguidores de primeira hora do Governador Ricardo Coutinho. A coisa tá feia. É briga das grandes e não tem quem consiga apagar as arestas entre esse povo. É caco pra todo lado. Um festival de acusações que beira a agressão física. Lá no sertão a gente diz que “falta um empurrão pra uma briga”.
O fato é que o PSB já não pode dizer que hoje consegue conviver de forma unitária, coesa. O partido está dividido em cerca de dois fortes agrupamentos. Um time é defensor do prefeito Agra. E a outra turma forma o exército avassalador, liderado pelo governador. Os aliados de Agra andam dizendo “poucas e boas” a respeito do governador. Por outro lado, quem segue o “girassol mestre” não esconde a indigestão causada pela presença do grupo adversário nos eventos públicos.
O partido entra no processo eleitoral tendo que conviver com um momento bastante marcante na sua história. Além de uma forte oposição, capitaneada por Cícero Lucena, José Maranhão e Luciano Cartaxo, a legenda ainda precisa resolver urgentemente a “cizânia” interna, que pode ter consequências marcantes na sucessão aqui na capital. Nesse “moído” não espere observar a turma de Agra balançando as bandeiras de Estelizabel nos sinais de trânsito da Epitácio Pessoa ou gritando “é com ela que eu vou”. Nesse aspecto, a turma de Estela pode ir tirando o cavalinho da chuva.
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A crise na unidade partidária não tem perspectiva de solução a curto prazo. É algo mais profundo do que se pensa. Quem conversa com membros de ambas as tendências sabe do que estou escrevendo. O episódio de ontem, na Câmara da capital, envolvendo Bira Pereira e Sandra Marrocos, traduz o atual quadro de acirramento dos ânimos.
O nível da divisão é tão forte que todos os amigos de Bira, o vereador, afastados de cargos no Governo do Estado, assim como amigos do ex-secretário, Nonato Bandeira, que estão sendo defenestrados dos orgãos da comunicação, já estão sendo alojados nas mais diversas secretarias da prefeitura de João Pessoa por determinação do próprio prefeito Luciano Agra.
São estes os ingredientes que podem contribuir para um profundo desgaste interno no PSB, que pode levar o partido a não ter o desempenho que precisa nas eleições em João Pessoa. O pior é que, enquanto os pequenos girassóis se confrontam, Ricardo Coutinho finge que nada está vendo e voa feito um passarinho pela América do Tio San e pela Índia de Gandhi.
