PSB-PSDB: Pinimba cada vez mais forte

Sérgio Botêlho

Encontrei-me, no final do dia desta terça-feira, 11, com o deputado federal Ruy Carneiro. Foi nos corredores do Senado Federal, no chamado Túnel do Tempo, bem pertinho do plenário da Casa, onde agem que nem parceiros socialistas e tucanos.
“Tem matéria no Clickpb onde Ricardo desmente Edvaldo Rosas”, foi logo me adiantando o presidente do PSDB da Paraíba. Rosas é o presidente do PSB paraibano, e havia determinado prazo para que Cássio se decidisse sobre continuidade da aliança com o governador socialista.
E foi mais ou menos assim. Com menos ênfase, no entanto, do que desejariam os tucanos, Ricardo limitou-se a retirar o prazo dado a Cássio, embora tenha feito a ressalva de que tão somente o presidente socialista não havia se expressado direito.
O episódio revela, antes de tudo, que Ricardo está desprovido de alguém que lhe sirva de porta-voz. Ninguém parece estar autorizado a tal empreitada. E se o fizer, pode ser inapelavelmente desmentido depois.
Porém, o mais importante dos acontecimentos desta terça-feira, 11, envolvendo o governador Coutinho, foi a sua ida a Campina Grande, reduto eleitoral de Cássio, exatamente onde conversou com a imprensa para desativar o prazo dado por Rosas.
E na ida a Campina Grande o mais notável foi a ausência, segundo a mídia, não justificada em tempo algum, do prefeito campinense, Romero Rodrigues, e de seu vice, Ronaldo Cunha Lima Filho, primo e irmão do senador Cássio, respectivamente. Ambos, tucanos.
O mar continua, portanto, bastante revolto na praia tucano-socialista da Paraíba. E a cada dia fica mais claro que o barco deve mesmo afundar, jogando um e outro, cada qual para o seu lado. Isto é: Cássio e Ricardo disputarão, em campos opostos, o governo estadual.
Mas, como adiantei, a partir de confissões de um socialista, Ricardo já estaria devidamente apetrechado para enfrentar o naufrágio. No caso, buscando pontes firmes com o PMDB, na figura do ex-governador e ex-senador José Maranhão.
Mas, sobre a aliança vitoriosa em 2010 – quando Ricardo abandonou aliança histórica entre socialistas e peemedebistas, unindo-se ao tucano Cássio -, esta aliança (digo, baseado em todos os sinais emitidos até agora) está no fim.