PSB e PMDB mais juntos
O deputado estadual Trócolli Júnior evitou falar ontem dos efeitos da sua nomeação, como secretário estadual de Articulação Política, dentro do PMDB. Colocou panos quentes numa conclusão óbvia: o seu partido se aproxima ainda mais do governador Ricardo Coutinho (PSB). É governo de corpo inteiro e só os mais ingênuos acreditam que é uma investida de Coutinho pensando no “hoje”. O olhar do ‘Mago’ é, sim, 2016. Um dos efeitos da nomeação de ontem foi isolamento ainda maior do principal calo do governador no PMDB nessa “aliança”, o deputado federal Manoel Júnior. Quanto mas fraco, quanto menos corpo sua pré-candidatura tiver menos chance do PMDB se rebelar e assumir o protagonismo com candidatura própria.
Dias depois da “boa jogada” do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que abriu possibilidades de aliança múltiplas saindo do PT, Ricardo volta a agir com a habilidade que lhe é peculiar. Acabou rapidamente com os “problemas” que impediam Trócolli de desembarcar de vez no governo e da sobrinha-suplente do senador José Maranhão, Olenka Maranhão, cair de paraquedas na Assembleia Legislativa. Coutinho planta e sabe o que quer colher. Vai continuar afagando José Maranhão para tê-lo de vez até outubro de 2016. Não fossem a malícia e a esperteza do senador, estava tudo certo. Mas não está. Maranhão movimenta-se de forma dúbia. De um lado, anuncia apoio a pré-candidatura própria de Manoel Júnior. Do outro, avaliza a total aproximação do partido com o PSB, que não está fazendo apostas de graça.
Se antes Ricardo precisa do PMDB para ter uma base de sustentação na AL, agora, com a nova configuração política gerada pela ida de Cartaxo para o PSD, deseja o PMDB para muito mais. Coutinho prepara bem o terreno. Já tem apoio de boa parte dos líderes peemedebistas. Além de Trócolli, já estão com ele: Veneziano Vital, Gervásio Maia, Nabor Wanderley (por enquanto, na base), Olenka Maranhão. De fora, apenas, Raniery e Roberto Paulino, André Gadelha e Manoel Júnior (numa conta de cabeça).
O desembarque de Trócolli no governo parece ser só uma das primeiras investidas do governador para ampliar o seu leque de apoio, numa provável candidatura própria do PSB. É uma espécie de contraofensiva. Cartaxo que se prepare. Se for o que parece, RC e seus mensageiros começarão a minar a base do governo municipal e as possibilidades de aliança para 2016. Partidos que estão com ele e com a prefeitura devem ser chamados a “pensar”. Depois de garantir quem já está próximo, RC vai jogar o laço para arrancar quem parece titubeante. O homem é bom nisso.