A PROPAGANDA NÃO ENGANOSA PODE SURGIR DAS ELEIÇÕES

Por Gilvan Freire

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Embora nada de extraordinário tenha acontecido durante o debate realizado com os candidatos a governador pela TV Master, ao menos ficou a impressão de que a mídia eletrônica será o veículo mais importante da campanha nos esclarecimentos do eleitor. E como não há nenhuma emissora de rádio e televisão que possa alcançar integralmente todo o território estadual, somente as redes estaduais, formadas pela Justiça Eleitoral, composta de todas emissoras juntas, umas entrando ali, outras acolá, deverão divulgar as ideias e propostas dos candidatos, que serão confrontadas de imediato, cada qual em seu horário eletrônico, em dias certos.

Os comícios, como já vem acontecendo nos últimos anos, não serão os melhores meios de comunicação entre os candidatos e os eleitores, mas nas cidades de porte médio pra baixo ainda promovem bem uma aproximação física que o povo espera que aconteça onde mora a cada eleição. Digamos que saciam aquela vontade que o eleitor tem de ver seu candidato preferido, podendo ouvi-lo ou tocá-lo e conferir ao vivo as marcas que o tempo tem deixado nele, se for veterano, ou os atributos que despertam curiosidade, se for noviço na praça como era o ex-candidato Veneziano.

 

Com menor chance de cobrir o estado todo ao mesmo tempo, o debate tipo o promovido pela Master despertam grandes interesses da opinião pública, o que deverá ser expandido a outras televisões de maior capilaridade, e certamente terão poder de convencimento eleitoral, especialmente por causa da bi-polaridade existente entre RC e Cássio, ambos experimentados no poder executivo e com prestação de contas a ser feita à população. Este é o melhor momento no Estado para que a opinião pública possa saber quem dos dois fez o que prometeu em campanhas passadas, mentiu, enganou, trapaceou, traiu, ou agiu com pouca, alguma, muita ou nenhuma dignidade no exercício do cargo que o povo lhe deu.

 

Os debates e o horário eleitoral gratuito serão consagradores ou mortais, porque exporão uma verdade de governo, dos dois lados dos principais confrontantes, que a sociedade pouco sabia, pois, fora dos debates de agora, os dois antes trocavam farpas de rosas e o povo deles só sabia através da propaganda oficial, quase sempre ou sempre manipulada, maqueada e enganosa.

 

Portanto, o debate direto ou indireto, além de servir para Vitalzinho mostrar sua cara ao lado de Dilma e vender um produto novo que possa despertar esperanças, servirá para Cássio desconstruir os castelos de fantasia de RC, montados em um apareto de propaganda caríssima que até hoje não bateu com a realidade mas está sujeita a investigação e apuração duras, a fim de que seja confirmada ou não.

 

De outro modo, RC também se encarregará de provar que Cássio não é o mito que o elegeu governador, desconstruindo a imagem que ele próprio fez quando dele precisava para se eleger. Ou seja, só quando um acabar de destruir o outro é que se saberá quem mentiu em favor de quem e de que lado ficou a razão, ainda que possa ficar do lado de quem apenas mentiu menos. Mas é muito possível que os eleitores somente agora descubram a verdade que pouco ou nunca apareceu, enquanto os lideres menores, em vez de entrarem na disputa, vão assistindo no palco o espetáculo da morte de quem não sobreviveu à verdade. Baixar-se-á então a cortina. E o povo aplaudirá.