Está prestes a chegar ao fim o mistério mais aguardado em Brasília e nas rodas políticas. Passado o Carnaval, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, promete denunciar os políticos, reeleitos ou não, que estão envolvidos na Operação “Lava Jato”. Para a presidente Dilma Rousseff, é importante saber quais são os nomes da base aliada.
Nas rodas políticas, estima-se uma lista de 70 nomes, que incluiria além de dezenas de parlamentares, alguns governadores e ex-governadores.
Na oposição, liderada pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB), o clima é de apreensão com o possível envolvimento de tucanos. No Legislativo, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terão que administrar processos de cassações e saber se eles próprios serão citados na denúncia de Janot. Estima-se denúncia contra 70 políticos.
Para a presidente Dilma Rousseff, é fundamental conhecer os nomes que serão denunciados para finalizar sua reforma ministerial. O ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), será ministro do Turismo se não estiver na lista de Janot.
Na oposição, há também um clima de apreensão, com os rumores de que vários políticos tucanos serão denunciados por envolvimento no esquema de Youssef, que foi peça central do escândalo do Banestado, no Paraná.
A esse respeito, uma nota do colunista Ilimar Franco, publicada dias atrás, deixou Brasília de cabelo em pé:
Apreensão
Os tucanos não sabem o que vem pela frente, na carona da Operação Lava-Jato. Diante de recente entrevista do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), para O Globo, eles não sabem se o ministro tem bala na agulha ou está só blefando. As insinuações de possível envolvimento de tucanos no caso Petrobras os deixa inquietos. Eles temem que o financiamento de campanhas de tucanos possa ser relacionado ao esquema das empreiteiras e diretores da estatal. O PSDB não quer ter imagem igual a do PT na opinião pública. E lembram a atitude de Cardozo no caso do Metrô (SP), que levou ao pedido, rejeitado pelo STF, de investigação contra o ex-secretário José Aníbal.
A expectativa é alta, também, no Poder Legislativo, onde os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), terão que administrar as eventuais cassações. Cunha promete encaminhar todos os processos, sem qualquer interferência, para o conselho de ética e diz que não teme que seu nome surja na lista de Janot. “Podem investigar à vontade”, diz ele.
Brasil 247