'ira e descontrole'

Procurador do Trabalho chama de Eliza Virgínia de 'caricata e desprovida de argumentos'

O procurador do trabalho, Eduardo Varandas, usou sua página no Facebook para desmentir a deputada Eliza Virgínia nessa quarta (25). O advogado classifica a deputada como sem argumentos e que a prefeitura municipal de João Pessoa não patrocinou nenhum sistema de cotas para o público LGBT entrar no mercado de trabalho.

Confira o post na íntegra: 

DESMENTINDO a Deputada Eliza Virgínia que, em acesso de ira e descontrole, acusou o Município de João Pessoa a manter quotas exclusivas para o público LGBT.

A Parlamentar teve a audácia de pedir da demissão do Coordenador do Programa TransCidadania, Dr. Roberto Maia, como se uma autoridade estadual tivesse qualquer ingerência no administração municipal, violentando os matizes mais comezinhos da autonomia dos poderes. Sua Excelência, a Dep. Eliza é conhecida, no cenário político, por cegueira absurda, quanto aos princípios da dignidade humana e da não-discriminação, sagrados na Carta Magna, .

Eis pontos fundamentais dos seus mandatos: vociferar contra LGBTs nas casas legislativas por onde passou e arrigementar votos em igrejas protestantes que apoiam o seu discurso de ódio. A postura chega a ser caricata e desprovida de argumentos sólidos a qual mistura religião e política numa visão diabolicamente teocrática do Estado, atingindo, por vezes, a caricatura risível. Conheço o trabalho de Roberto Maia. O “Projeto Reinserção Social Transcidadania” não patrocina privilégios a qualquer grupo, categoria, classe ou facção social. Visa, com eficiência, a oferecer oportunidades de vida a transexuais, inserindo-o(a)s no mercado de trabalho decente em iguais condições a qualquer ser humano.

A grandeza do programa é amparar quem não tem acesso à cidadania e ao emprego, instrumentalizando-se na intermediação com empresas que sempre terão a liberdade de contratar ou não. Felizmente, o Prefeito Luciano Cartaxo, bom entendedor da laicidade do Estado, refutou, com tranquilidade, a atitude insana da deputada.

Na condição de Procurador do Trabalho, reafirmo a constitucionalidade do programa, aduzindo com segurança que inexiste qualquer malferimento ao ordenamento jurídico vigente. Aliás, o Munícipio do João Pessoa, neste ponto, é vanguardista quanto ao combate ao preconceito e merece destaque e louvor pelo referido projeto. Abaixo a nota oficial do Município: Em função de informações distorcidas e inverídicas, a Prefeitura Municipal de João Pessoa vem a público esclarecer o seguinte: É inteiramente falsa a notícia de que a Prefeitura de João Pessoa tenha estabelecido qualquer tipo de cota para grupos LGBTs.

Isso jamais ocorreu, nunca foram definidas vagas de trabalho, de qualquer ordem, destinadas a gays, lésbicas ou pessoas trans. Isso é mentira. A verdade é que a Prefeitura de João Pessoa vem promovendo há anos a intermediação entre pessoas desempregadas e o mercado de trabalho, divulgando a oferta de vagas para os desempregados e a oferta de mão de obra para as empresas. Para reduzir o preconceito, passou a fazer a conscientização das empresas para que estas possam receber também currículos da população de travestis e transsexuais. Toda e qualquer seleção ou contratação cabe única e exclusivamente às empresas.

 
Créditos: Polêmica Paraíba