O Procurador do Trabalho na Paraíba, Eduardo Varandas, confirmou convocação da Polícia Federal para intervir no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa em virtude de denúncia sobre cooperativas que atuam no hospital.
Durante participação no programa “Debate sem Censura”, na rádio Sanhauá, Varandas disse que o Ministério Público atua no Hospital de Trauma há dez anos, mas agora necessita de intervenção federal: “Recebemos denúncia grave de que as cooperativas de anestesiologistas estão pressionando profissionais de outros Estados a voltarem para suas cidades e deixar o hospital órfão em razões de lutas corporativistas e estamos acionando a Polícia Federal para intervir no caso”, disse Varandas.
Os modelos de gestão que terceirizam os serviços públicos foram criticados por Varandas. O procurador destacou que o Ministério Público ingressou com ação contra o contrato estabelecido entre o Governo do Estado e o Hospital de Emergência e Trauma desde o início da gestão: “A ação foi ingressada há três anos, nossa luta não é de agora. O cenário é extremamente desanimador. Mas eu vou fazer como tantos outros que abandonaram os casos? Se eu desanimar quem vai representar a população? Mas as pessoas devem se manifestar e fazerem valer sua voz”, frisou.
Varandas disse os problemas no Trauma não são atuais e que várias gestões antigas e que a sociedade tem a oportunidade de exigir mudança na hora do voto: “Reavalie nesse momento, diante tanta irregularidade, os seus candidatos. O Ministério Público não está defendendo candidato a ou b, mas a saúde da Paraíba não pode mais continuar em situação de caos”, pontuou.
Para o procurador, a solução da Saúde é a realização de concursos e contratação dos concursados: “Queremos uma Paraíba enxuta, mas quem irá prestar um bom serviço? Ou queremos a Paraíba do prestador de serviço, do codificado, que está suscetível a constrangimentos de todos os modelos, inclusive, com risco de perder o emprego?”, questionou.
Por fim, Varandas reafirmou compromisso com a melhoria nos serviços do Trauma: “Não podemos permitir que a população fique refém de qualquer regime ditatorial seja das cooperativas ou de governos”, concluiu.
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