A natureza do golpe brasileiro está cada vez mais escancarada: cassa-se a presidente honesta e chantageada pelo parlamento, enquanto se preserva o chantagista.
No mesmo dia em que o Senado avançou mais uma casa no golpe contra a democracia brasileira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sinalizou que vai jogar a cassação de Eduardo Cunha para o fim de setembro, em plena eleição municipal, quando pode não haver quórum na casa.
Ontem, o delator Júlio Camargo afirmou ter ouvido do próprio Cunha que o ex-presidente da Câmara sustentava financeiramente mais de 200 deputados (leia aqui).
Leia, abaixo, informações sobra a manobra de Maia, publicadas no Painel:
Primeira ela Rodrigo Maia dá sinais de que pretende pautar a cassação de Eduardo Cunha depois da decisão sobre o impeachment de Dilma — como defende o Planalto e não como quer a oposição. O presidente da Câmara divulgará nesta quarta o calendário das três próximas semanas de votação. Quer votar projetos e medidas provisórias antes da cassação. A semana de 12 de setembro começa a ganhar a simpatia de líderes partidários. A data, no meio do processo eleitoral, favorece a falta de quorum.
Jurisprudência O PMDB foi ver quantos dias em média um processo de cassação foi votado depois de sua leitura em plenário. O resultado é de 40 a 45 dias, o que, aplicado no caso de Cunha, chegaria ao fim de setembro.
Créditos: Brasil 247