Vários jovens juntos, sem máscaras, dançando e bebendo em aglomerações. As cenas foram registradas e publicadas nas redes sociais pelos próprios participantes das festas privadas de Réveillon autorizadas pelas prefeituras municipais em Pipa e São Miguel do Gostoso, no litoral potiguar na primeira noite dos eventos, que devem durar a semana toda. As festas de abertura começaram na noite de domingo (27) e entraram pela madrugada desta segunda-feira (28).
Nos perfis das organizações dos eventos, não há fotos ou vídeos das apresentações e do público. Nas postagens em que publicaram informações sobre a festa, os organizadores do Let’s Pipa ainda afirmaram que o uso de máscara seria obrigatório durante todo o evento, mas as imagens mostram centenas de pessoas sem o acessório de proteção.
O G1 questionou as assessorias da prefeitura de Tibau do Sul e do réveillon do Gostoso sobre a fiscalização e o cumprimento das medidas exigidas, mas ainda não recebeu retorno sobre o assunto. A reportagem não conseguiu contato com os organizadores do Let’s Pipa e com a prefeitura de São Miguel do Gostoso, para falar sobre o assunto.
Até o último sábado (26), o boletim diário da Secretaria Estadual de Saúde registrou mais de 114,2 mil casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Também há mais de 2,9 mil óbitos e 418 pessoas internadas com a doença no Rio Grande do Norte.
Polêmica
Os eventos são alvos de polêmicas, por acontecerem durante a pandemia da Covid-19. Enquanto o governo do estado proibiu qualquer evento patrocinado pelos cofres públicos e grande parte dos municípios do Rio Grande do Norte suspendeu eventos com mais de 50 pessoas no fim de ano, as prefeituras de São Miguel do Gostoso e de Tibau do Sul, onde fica Pipa, decidiram autorizar a realização dos eventos, desde que os participantes apresentassem exames com resultado negativo para a Covid-19.
Show durante festa de Réveillon em Pipa tem aglomeração e pessoas sem máscaras — Foto: Reprodução
O Ministério Público do Estado chegou a pedir o cancelamento dos eventos na Justiça. O pedido foi recusado em São Miguel do Gostoso e aceito no caso de Pipa – o que causou protestos de empresários de trabalhadores do turismo da região.
No entanto, o desembargador Amaury Moura Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Estado, suspendeu a decisão da primeira instância e autorizou a festa.
O Ministério Público chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal, para suspender a decisão do desembargador, mas o presidente da corte, ministro Luiz Fux, considerou que a admissão da contracautela em ações promovidas por ente público ou MP para obter tutela provisória seria vedado pela jurisprudência do Supremo.
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba