Presidente da Aspol promete greve, diz que categoria irá enfrentar Ricardo Coutinho e garante que governo mascara violência

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Os policiais civis da Paraíba paralisaram as atividades por um período de 10 horas em protesto contra medida provisória do Governo do Estado. Durante entrevista ao programa “Debate sem Censura”, na rádio Sanhauá, o presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira do Estado (Aspol-PB), Sandro Bezerra, prometeu greve por tempo indeterminado e afirmou que o governo mascara números da violência.

Os policiais se posicionaram contra a Medida Provisória (MP 222/2014), encaminhada pelo Governo para ser apreciada na Assembleia. A MP trata sobre os benefícios e promoções oferecidas aos funcionários da Polícia Civil, mas que de acordo com os policiais a aprovação da matéria deve prejudicar os agentes, escrivães e peritos e beneficiar apenas os delegados.

De acordo com o presidente da Aspol, “a MP foi elaborada por um pequeno grupo de delegados e prejudica a maior parte da nossa categoria. O texto da matéria apresenta vícios formais e induz a atos de inconstitucionalidade”, explicou Sandro Bezerra.

O número do efetivo da polícia paraibana não é suficiente, conforme Bezerra, e os números apresentados pela Secretaria de Segurança tem a função de “mascarar a real violência que é vivida na Paraíba hoje”, atestou.

Sandro destacou que os policiais não se manifestaram até agora em virtude de uma promessa que não foi cumprida: “Promessa do governador que iria fazer o reajuste salarial, não fizemos mobilização porque tínhamos o compromisso do governo, o que não aconteceu”.

Contudo, ele disse que a categoria não tem medo de enfrentar o governo e prometeu intensificar uma campanha para que a lei seja cumprida e os agentes e escrivães parem de fazer o serviço dos delegados:  “Policial civil não tem medo de enfrentar bandido, criminoso… então porque teríamos medo de enfrentar o governo? Nós vamos intensificar a campanha para que cumpra-se a lei e se não tiver delegado na hora da necessidade, nós vamos paralisar o procedimento”, garantiu.

A justificativa de excesso na Lei de Responsabilidade Fiscal não convenceu a categoria: “Quantas pessoas estão contratadas nesse governo sem concurso público? Será que a Lei de Responsabilidade Fiscal só barra os policiais civis?”, questionou Bezerra.