Polêmicas

Presidenta convoca aliados para justificar ritmo lento de nomeações

Dilma e Michel Temer

A presidente Dilma Rousseff prepara uma estratégia para se aproximar dos congressistas. Ela convocou ministros e líderes aliados para uma megarreunião na segunda-feira (23).

No encontro, pretende apresentar os projetos do programa de combate à pobreza, mostrar o que o governo vem fazendo nas mais variadas áreas e, ao mesmo tempo, explicar a demora de algumas nomeações.

Além do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, estão na lista as ministras do Bem Estar Social, Tereza Campelo; do Planejamento, Miriam Belchior; da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; da Agricultura, Wagner Rossi, e todos os líderes de partidos aliados e os do governo.

A situação do ex-governador José Maranhão (PMDB-PB) voltou a ser amplamente discutida durante reunião de peemedebistas com a presidente na segunda-feira (16), o paraibano era cogitado para a Embratur, mas a cúpula do PMDB quer vê-lo na diretoria de governo do Banco do Brasil, cargo que o partido ocupou no passado, com o ex-senador Maguito Vilela. Hoje, a Vice-Presidência de Governo do Banco do Brasil é ocupada por Ricardo Antonio de Oliveira, que não passou pelo aval dos partidos aliados ao governo.

Durante a reunião, da qual participaram Renan Calheiros e Romero Jucá, fechou, por exemplo, o nome de Orlando Pessuti para o para o Conselho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pessuti aguardava a indicação desde o início do ano, quando deixou o governo do Paraná.

Com o encontro que será realizado na próxima segunda, a presidente espera atender uma reivindicação feita pelos parlamentares no início do governo, que é dar conhecimento prévio aos partidos do que está sendo discutido nos gabinetes. Por isso, apresentará a eles o programa de combate à pobreza antes mesmo do lançamento oficial.

Quanto aos cargos, Dilma tem dito em conversas reservadas que se o governo não fosse de continuidade, as mudanças já teriam ocorrido. Mas, como ela assumiu com aquela estrutura que ajudou a montar no governo Lula, as substituições não são tão simples. No caso do Dnocs, por exemplo, houve expectativa de alteração, mas, para não irritar o PMDB, as alterações não ocorreram. Aos poucos, entretanto, as mudanças começam a ser referendadas.

Chá de cadeira

A demora nas indicações irritou alguns pretendentes. O ex-ministro de Comunicações e ex-senador Hélio Costa, que foi candidato ao governo de Minas Gerais e perdeu para Antonio Anastasia, avisou ao seu partido que vai para a iniciativa privada. A cúpula do PMDB esperou por seis meses para ver se conseguia colocar o ex-ministro num cargo de primeira grandeza, mas houve resistências do PT e, como o cargo não saiu, Hélio foi cuidar da vida.

Dilma vai desatando, aos poucos, os nós. Recentemente, nomeou Geddel Vieira Lima para a Caixa Econômica. Há duas semanas, enviou ao Congresso as indicações para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) sem levar em conta os nomes sugeridos pelo PMDB. Preferiu Florival Carvalho, ligado ao PCdoB de Haroldo Lima; e o professor Helder Queiroz, ligado ao PT, cujo nome foi sugerido por Graça Forster, da Petrobras.

Última fase do mensalão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator da ação penal do mensalão, pediu que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre as alegações finais do processo. Essa é a última etapa antes de a ação ser ajustada para o ministro preparar seu voto.

A expectativa é de que o Supremo julgue até 2012 os 39 réus acusados de envolvimento com o mensalão, esquema no qual parlamentares supostamente recebiam dinheiro em troca de apoio a projetos do governo no Congresso.

Do Blog com Correio Braziliense