O prefeito em exercício de Campina Grande, Ronaldo Cunha Lima Filho, fez duras críticas nesta quarta-feira, 7, a mais uma medida do Governo do Estado contra o município. “Após as crises hídrica e na segurança pública, agora o povo campinense terá de se submeter a uma crise sem precedentes na área de saúde, pelo simples desejo do governador de maltratar os que mais precisam”, desabafou Ronaldo.
De acordo com Ronaldo Filho, a medida grave a que ele se reporta diz respeito ao anúncio, feito pela direção do Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes de fechar as portas para uma série de atendimentos à população a partir de janeiro de 2017, sob a acusação de que a Prefeitura de Campina Grande estaria sendo omissa no atendimento em suas unidades de saúde e transferido pacientes para o Trauma.
– Isso é ridículo, levando-se em conta de que as demandas efetivas do município para o Trauma estão na ordem de 30%, sendo todo o restante proveniente de outras cidades da Paraíba e até de fora do Estado – observa o prefeito em exercício, assegurando que a Prefeitura, em nome do povo campinense, recorrerá ao Ministério Público Federal e Estadual questionando a medida, que não é a primeira com o claro objetivo de inviabilizar o setor de saúde municipal de Campina.
O prefeito em exercício lembra, por exemplo, que a Prefeitura de Campina Grande já deixou de receber mais de R$ 10 milhões referentes a recursos represados pelo Governo do Estado, provenientes do governo federal, para o funcionamento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Também destacou a manobra, em Brasília, durante o Governo Dilma, para que Campina deixasse de receber mensalmente verba na ordem de R$ 1,3 milhão – que não por acaso passaram a ser geridos pela Secretaria Estadual de Saúde.
Contramão
Ronaldo Filho disse que, se a Prefeitura de Campina Grande fosse seguir o princípio aplicado ao Trauma a partir de janeiro, o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) fecharia suas portas também para mais de dois terços de mulheres grávidas de outros municípios e dos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte que recorrem àquela casa de saúde, há muitos anos, em situação crítica, sem que tenham sido atendidas em suas bases.
– O prefeito Romero Rodrigues, na contramão dessa política de restrição de serviços aos mais carentes, sempre determinou que ninguém, absolutamente ninguém, deixe de ser atendida pela rede municipal de saúde, pela responsabilidade cidadã da gestão – destacou Ronaldo Filho, lamentando que essa atitude discricionária do governador contra a cidade não é a primeira em suas duas gestões.
Fonte: Assessoria