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PRECONCEITO? Agência Brasil diz que Dom Aldo foi afastado por “ser gay”

A Agência Brasil, ligada ao governo federal, cometeu um erro grosseiro ao noticiar, nesta quarta-feira (6), o afastamento do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, pelo papa Francisco. O título da matéria, de um tom pejorativo sem limites, diz que o “Papa aceita saída de arcebispo brasileiro acusado de ser gay”. O que é isso, gente? As acusações contra o religioso passam longe de sua opção sexual. O que, convenhamos, não é crime. A questão investigada pelo Vaticano diz respeito a acusações de envolvimento com casos de pedofilia, além do acobertamento de casos envolvendo outros integrantes do clero paraibano.

A imprensa italiana divulgou que a renúncia de Pagotto foi aceita por Francisco com base no artigo 2 do cânone 401 do Código de Direito Canônico, ou seja, por “grave causa”. O Papa Francisco, inclusive, endureceu recentemente a lei canônica, incluindo o dispositivo que prevê a demissão dos bispos que acobertarem os casos de pedofilia. Todo o processo foi acompanhado de perto pelo Jornal da Paraíba. O arcebispo, inclusive, estava impedido de ordenar novos padres desde fevereiro do ano passado e foi alvo de duas visitas canônicas. Ele era acusado de acolher na Igreja religiosos vindos de outros estados onde já eram acusados de pedofilia.

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Confira a matéria da Agência Brasil

Papa aceita saída de arcebispo brasileiro acusado de ser gay
O papa Francisco aceitou nesta quarta-feira (6) a renúncia ao governo pastoral da arquidiocese da Paraíba apresentada pelo arcebispo dom Aldo Di Cillo Pagotto, acusado de manter relações homossexuais e de ignorar casos de pedofilia.

Por meio de um processo canônico, a arquidiocese havia sofrido no ano passado uma intervenção da Santa Sé, com o envio do bispo de Garanhuns, Fernando Guimarães, como “visitante apostólico”. Na ocasião, Pagotto, de 66 anos, foi proibido de ordenar novos diáconos e sacerdotes e de receber seminaristas até que o Vaticano concluísse as investigações.

O inquérito nasceu após denúncias de que o arcebispo da Paraíba havia acolhido padres e seminaristas expulsos de outras dioceses. Além disso, ele teria se recusado a discutir casos de pedofilia. Também em 2015, uma carta escrita por uma mulher o acusou de manter uma relação afetiva com um jovem de 18 anos e de realizar “encontros íntimos” na sede da arquidiocese.

Mais tarde, a autora da correspondência, Mariana José, disse que não conhecia os personagens citados no texto, embora admitisse que a assinatura no documento era sua. Já o arcebispo sempre negou todas as acusações.

A renúncia de Pagotto foi aceita por Francisco com base no Artigo 2 do cânone 401 do Código de Direito Canônico, ou seja, por “grave causa”. Seu substituto interino será dom Genival Saraiva de França, bispo emérito de Palmares

Fonte: Suetoni Souto Maior