A atriz Zezita Matos, a juíza Rita de Cássia Andrade, a delegada da mulher Conceição Casado e a psicologa Mayara Almeida discutiram, na noite desta quinta-feira, 06, casos de machismo e agressão contra mulheres. O debate acontece na semana em que uma figurinista tornou público assédio do ator global José Mayer, que após a publicidade do caso, foi suspenso dos trabalhos na emissora.
Para Zezita Matos, a opressão e as agressões fazem parte da cultura, “existe um medo muito grande da vítima se expor por ter sofrido assédio de um homem que é conhecido como ator em todo o país, chega de tanta violência, as mulheres têm um papel determinante na sociedade”, disse. Ela seguiu dizendo que o machismo tem muito da educação doméstica, segundo ela, tem muitas questões que são praticadas sempre e um costume.
“Para haver a agressão, existe uma convivência e uma diferença hierarquica, a vítima sofre o constrangimento e tem que sofrer calada, muitas vezes após o assédio existe ainda a ameaça contra o agente passivo, que é a vítima”, explicou a delegada Conceição Casado. Especializada em crimes contra a mulher, ela falou sobre a tipificação do crime de assédio sexual. Apesar da previsão legal, a delegada destacou que as vítimas sentem muito medo de denunciar.
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A psicologa Mayara Almeida disse que a vítima enfrenta um dilema interno muito grande, “estamos vivendo um momento de empoderamento feminino e isso ajuda muito na hora de denunciar, mas não é fácil, com certeza, ela pensou muito antes de denunciar”, afirmou. Ela destacou que o comportamento de quem agride é doentio porque tem a intenção de subjulgar a outra pessoa, “independe de ter dinheiro ou ser conhecido, uma pessoa simples e sem dinheiro também pode assediar outra pessoa e ameaçar da mesma forma que uma pessoa sem recursos faria.
A juíza Rita de Cássia esclareceu que o assédio sexual é tipificado no Código Penal, mas geraria pena de detenção de três anos, “o que é muito dificil de um ator ser condenado, ele poderá pagar multa e cumprir medidas como não frequentar bares e ambientes que podem dar espaço para outros casos”. Ela esclareceu ainda que existem muitos casos de assédio dentro das famílias, parentes podem assediar crianças, “tios podem abraçar e apertar sobrinhas, aproveitar qualquer oportunidade para fazer carícias que não cabem, muitas vezes até num momento de cantar parabens, quando apagam as luzes, o homem pode aproveitar para apalpar a vítima”, relatou.
As entrevistadas falaram sobre a importância de ter coragem de denunciar abusos, sejam praticados por homens ou mulheres, elas relataram casos em que a mulher assedia o homem e destacaram que pode acontecer e o homem também pode denunciar.
Créditos: Polêmica Paraíba
