PPS e PMN oficializam fusão nesta quarta-feira

foto

Nonato Guedes

Presidido pelo deputado federal Roberto Freire (SP), o Partido Popular Socialista (PPS) efetiva em Brasília hoje o congresso extraordinário destinado a sacramentar a fusão com o PMN, que marcou sua reunião para ontem à noite, também no Distrito Federal. As duas agremiações vão dar lugar ao MD – Mobilização Democrática, que é como será denominada a sigla resultante da união. Em paralelo a definições burocráticas, dirigentes e filiados já costuram um projeto nacional com o objetivo de enfrentar o PT na eleição presidencial de 2014. A definição combinada previamente foi a de que PPS e PMN constituirão legendas do eixo oposicionista ao governo federal.

“A movimentação política e as reações que estamos assistindo no governo e nas demais forças políticas demonstram que a fusão cria um novo protagonista no processo eleitoral de 2014. Estamos viabilizando isso. Este é o nosso papel”, afirma Roberto Freire, um dos operadores, inclusive, da mobilização para evitar manobras do rolo compressor governista no sentido de inviabilizar a criação de novas legendas no cenário nacional. Nos últimos dias, a imprensa tem especulado que o novo partido poderia atrair deputados e senadores de outras legendas, aludindo a uma bancada que teria entre 20 e 30 parlamentares, o que vai ser confirmado com a evolução dos entendimentos, bastante avançados.

O PPS tem atualmente dez deputados federais e o PMN conta com três. Roberto Freire é cauteloso nesse ponto: “O partido vê isso com cautela até porque enfrentamos forças políticas contrárias que são muito ativas e muito fortes”, ponderou o dirigente remanescente do PPS. Ele destacou, ainda, que a decisão sobre a fusão foi tomada quase que por unanimidade na reunião do diretório nacional do PPS que aconteceu no último sábado, em Brasília. A direção nacional remanescente do PPS está toda envolvida nesse processo e considera que a fusão, nesse momento, é um fato político do maior significado. Ela contempla uma coisa que era muito cara para o partido desde a passagem do PCB para o PPS, que é a formação de uma nova força política para o país, resumiu Roberto Freire. Os dirigentes das legendas concordaram em realizar encontros separados e, com a aprovação da união, promovem um ato conjunto para unificar as atas dos congressos e marcar o nascimento da nova força política. Feito isso, o passo posterior é o registro da documentação em cartório e no Tribunal Superior Eleitoral. Participam do congresso extraordinário do PPS, com direito a voto, dois delegados por Estado e do Distrito Federal, além dos deputados federais.

Freire admite que pode haver dificuldades de acomodação no início, mas acha que elas são naturais e inerentes ao processo de junção. “A fusão significa que vamos ter um papel de protagonismo no cenário político, não apenas para as eleições de 2014, mas na política brasileira”, imagina ele. Na Paraíba, a presidente estadual do PMN, Lídia Moura, que deverá ficar como presidente da Mobilização Democrática, defende que a nova legenda tenha candidatura própria ao governo. “Vamos fortalecer o novo partido e, se for preciso, deveremos ter candidatura própria para reforçar o palanque presidencial. Pode haver resistência, mas uniremos esforços para fazer a construção correta”, avisa a jornalista e ativista política. Lídia Moura defende um equilíbrio de forças entre as duas legendas para a composição do diretório na Paraíba e reivindica que o acordo seja respeitado para evitar confrontos prejudiciais. Por sua vez, a presidente estadual do PPS, Gilma Germano, defende que a discussão sobre a executiva estadual da nova legenda só deve começar quando forem definidas as regras para a escolha de dirigentes. O vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, será um dos delegados da Paraíba no congresso do PPS juntamente com Fábio Carneiro, presidente da legenda em João Pessoa. Na Paraíba, o PPS integra a base aliada do governador Ricardo Coutinho, com a deputada Gilma, e participa da gestão do prefeito Luciano Cartaxo, do PT, com o vice Nonato Bandeira. Apesar da aliança com o PT na capital, Freire acredita que a união com o PMN não deve provocar mudanças na composição política já construída pelo PPS no Estado. “Estar junto com integrantes do PT não muda nossa postura”, expressou, de forma incisiva. No geral, Freire acredita que as questões regionais vão sendo resolvidas gradativamente a partir do processo de fusão. Ele mesmo diz estar envolvido na aglutinação nacional. “Se a gente for parar para discutir questões locais, teremos seis mil problemas para resolver, pelo menos um em cada município, a exemplo do Estado da Paraíba”, frisou.