Por Eduardo Varandas Araruna
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Os políticos brasileiros são volutabros. Transformam o Brasil em verdadeira caixa de Pandora e, empós, travestidos de monges franciscanos, em ano eleitoral, batem às por- tas do povo mendigando apoio.
Em tal aspecto, a Paraíba não está melhor representada no Congresso Nacional em comparação a qualquer Estado da federação. Poucos políticos paraibanos são significativa- mente mais probos do que colegas como Paulo Maluf ou Eduardo Cunha. Este último, aliás, antes dos escândalos, mantinha significativos laços com autoridades
destas bandas, quase cidadão pessoense hono- rário por louvor da então vereadora Eliza Virgínia.
Convém lembrar que a maciça maioria dos paraibanos que compõem a bancada na Câmara dos
Deputados se mancomunou com o Governo Federal a fim de que a denúncia da Procura- doria Geral da República, contra o Presidente Michel Temer, não recebesse a autorização necessária para o seu devido prosseguimento, nada obstante a existência de indícios inquie- tantes do envolvimento do chefe da Nação em supostos esquemas de corrupção.
Os deputados federais de cá (salvo rara exceção) negociaram com a Presidência da República o voto em prol de recursos imoral- mente liberados pelo Poder Executivo, em evidente demonstração de menoscabo aos primados do Estado de Direito e da República.
A reforma trabalhista que enfraqueceu sindicatos, minimizou direitos e precarizou as relações de trabalho granjeou o aval dos nossos políticos legisladores em desprezo ao valor social do trabalho assegurado pela Magna Carta. A alteração da CLT resume-se a um texto de legitimidade duvidosa o qual teve sua
constitucionalidade ques- tionada pela Procuradoria Geral da República e fora condenado, em inúmeros
pontos, pela Organização Internacional do Trabalho.
Com essa trajetória, a postura da súcia de legisladores federais parai-banos faria Nicolau Maquiavel, se vivo fosse, publicar o segundo volume da sua obra prima “O Príncipe”, posto ser especial o momento de tanta esperteza, aleivosia e maldade reunidas.
O grande problema é aferir se o povo terá discernimento para o pleito eleitoral, posto que o soberano julgamento, em qualquer democracia, não é uma sentença judicial, mas o sufrágio popular.
Por Eduardo Araruna
Procurador Regional do Trabalho
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Créditos: Eduardo Varandas Araruna