Para nós ocidentais, a morte ainda é considerada tabu, ela que é a única certeza absoluta, nos parece distante e aterrorizante. As religiões são referência de apoio e segurança para todos que creem que após o falecimento não viramos apenas pó. Para essa data que homenageamos os mortos, conversamos com representantes de diversas denominações religiosas para tentar entender o que pensa sobre a morte e possível vida pós morte de acordo com cada religião.
Entrevistamos um padre, um pastor, uma Mãe de santo, o presidente da federação Espírita e um líder Islâmicos que explicaram o que é a morte de acordo com suas respectivas crenças.
Confira as entrevistas exclusivas abaixo:
Islamismo
Mostafa Rafai líder religioso (Iman) islâmico
Para o islamismo, ouvimos Mostafa Rafai que é líder religioso no centro islâmico que fica em João Pessoa. Mostafa disse que para o Islã a morte é considerada a verdadeira vida, eles acreditam que estamos nessa vida para nos prepararmos para a outra vida que é eterna. Ele lembrou que para o islamismo não existe reencarnação. Ele disse que nós nascemos, vivemos e morremos e seremos ressuscitados para em seguida sermos julgados pelo que fizemos na vida. Lembrou também que se acordo com nosso atos aqui na terra iríamos para o céu ou o inferno após esse julgamento.
Para os muçulmanos a vida que vivemos aqui nessa terra é só uma preparação para a eternidade que é a verdadeira vida depois do julgamento.
Catolicismo
Padre José Carlos
A morte é uma realidade própria da vida humana. Ela veio ao mundo, mas Deus não abandonou o homem apenas para a morte. E ao longo do tempo e da história Ele enviou Jesus Cristo. E que veio para que todos tenham vida plenamente.
Padre José lembrou que a morte e ressureição de Jesus representa a nossa morte e renascimento para a vida eterna.
Nascemos, vivemos e morremos e o homem esquece que aqui estamos apenas de passagem. Ele lembrou que a morte não é uma condenação, e em Cristo ela representa uma passagem, uma páscoa.
Religião de matriz Afro
Ialorixá Mãe Renilda
A morte é encarada com naturalidade uma vez que elas são baseadas na natureza, no princípio meio e fim. Para a Mãe de Santo a morte não é sinônimo de tristeza e sim um encontro com a ancestralidade. Ela lembrou que as religiões de matriz africanas não possuem Dogmas e cada casa tem sua organização própria. Mãe Renilda destacou que a data de 2 de novembro é um momento festiva e comemora-se fazendo tributo ás almas e todos os filhos e filhas de Santos vem par ao Terreiro e juntos em rezas e cânticos lembrando os mortos.
Ela falou também na crença da vida após a morte e crê também que devemos festejar a morte da mesma forma que festejamos a vida, uma vez que ela nunca acaba.
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A morte só é morte para quem aqui nesta terra está e pratica o mal e pra quem pratica o bem a morte é vida. Mãe Renilda encerrou a entrevista desejando Axé.
Espiritismo
O presidente da Federação Espírita Paraibana Marco Lima
Marco analisou os fatores orgânicos da morte de forma didática e analisou do ponto de vista espiritual a morte da seguinte forma. A morte não seria um fim, ou um término do processo da vida. Ele lembrou que “somos” espírito e “estamos” corpo, ou seja, lembrou da transitoriedade da vida enquanto espírito encarnado.
O presidente disse também que somos espíritos imortais. Nesse dia que se homenageiam os mortos, os espíritas fazem campanha para conscientização sobre a imortalidade da alma.
“Nós jamais deixaremos de existir “
O ser que sobrevive ao túmulo que está depositado nos cemitérios é apenas uma roupagem temporária um templo que nos foi emprestado pela misericórdia de Deus para termos um processo de evolução. O espírito é criado por Deus simples e ignorante e precisaria segundo Marco e precisa das experiências corporais das várias existências para adquirir conhecimento sabedoria e a moralidade.
A morte é apenas uma passagem de uma realidade provisória em direção para a nossa verdadeira pátria espiritual de onde viemos e para onde voltaremos.
Evangélicos
Pastor Márcio da igreja Anglicana
Segundo o pastor a morte é um dos maiores mistérios em torno da humanidade, com o qual todos nós vamos nos deparar. É natural que todos soframos com o falecimento de pessoas amadas. O luto faz parte desse momento, e é sempre um momento para revermos o modo como nós tratamos as pessoas ao nosso redor e o nosso relacionamento com o Eterno.
Mas a morte não é parte do plano de Deus definitivo para nós. Jesus Cristo veio para que tenhamos vida em abundância. A morte é um inimigo que ele venceu e que, através dele, nós venceremos um dia. Assim, há na morte uma tristeza, mas essa tristeza é passageira. Nós caminhamos para a eternidade.
Marcio destacou que após a morte segue-se o juízo. Ele destacou que não acreditam em reencarnação. O Pastor acredita na vida eterna no céu. Lembrou a passagem bíblica que diz: Jesus é ressurreição a verdade e a vida. E aquele que Nele crê ainda que morra viverá eternamente. Ele falou também que a sua igreja acredita na vida após a morte, mas uma vida na eternidade no céu e na presença de Deus.
“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.”
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba
