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Por que grupos do PT resistem tão fortemente em fechar a aliança com o PMDB?

POR JOSIVAL PEREIRA
Análise: Por que grupos do PT resistem tão fortemente em fechar a aliança com o PMDB?
Na verdade, diga-se, de pronto, que não existe outra saída para o PT da Paraíba que não seja a de se coligar com o PMDB. Essa é a determinação da direção nacional e o partido já sepultou a tese da candidatura própria. O problema é que diversos petistas estão abertamente se manifestando contra a aliança. Quais as razões? 

O impasse está formado por duas causas imediatas e outras duas mais remotas, e nenhuma delas de fácil solução.
Falta de quadros
Um dos grandes problemas é que o PT deseja figurar na chapa majoritária, ocupando a vaga de candidato a senador, mas não dispõe de nomes para apresentar. Dois quadros da legenda – o deputado Luís Couto e Lucélio Cartaxo, irmão do prefeito Luciano Cartaxo – teriam cacife para tal, mas ambos não aceitam. Avaliam-se com chances de eleição para a Câmara Federal. O PMDB não tem admitido outros nomes. Aí se estabelece o impasse.
Retirada de Nilda
Na sequência, outro problema é que o PMDB não tem admitido retirar a candidatura da deputada Nilda Gondim, mãe do ex-prefeito Veneziano Vital do Rego, para garantir áreas para Lucélio Cartaxo. No contraponto, integrantes dos grupos ligados ao prefeito Luciano Cartaxo, como é o caso do deputado Anísio Maia, radicalizam no discurso contra a aliança.
Essas são duas causas imediatas que brecam a formalização da aliança, mas existiriam também razões mais remotas para a resistência. São as eleições de 2016, para prefeito, e de 2018, para governador.
Reciprocidade em 2016
O PT quer a reciprocidade de apoio do PMDB para a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo em 2016, mas os peemedebistas alegam já terem assumido o compromisso de lançar a candidatura do deputado Manoel Júnior a prefeito de João Pessoa.
Pedra no caminho em 2018
Em relação às eleições de 2018, acredita-se ser a vez do PT, com a candidatura do prefeito Luciano Cartaxo. Algo como ocorreu com o governador Ricardo Coutinho, guindado da Prefeitura para o Governo.
Apesar de distante, alguns petistas enxergam que o peemedebista Veneziano Vital do Rego poderá ser a pedra no caminho do partido rumo ao Palácio da Redenção. Se eleito, buscará a reeleição. Se derrotado, poderá se credenciar como líder da oposição e candidato natural em 18.
Cássio e Ricardo
Essa avaliação leva em consideração a possibilidade do senador Cássio Cunha Lima ser declarado inelegível para o pleito deste ano, o que tornaria sua candidatura mais difícil em 2018, e até a reeleição do governador Ricardo Coutinho, que não teria sucessor preparado para concorrer às eleições, como se deu no caso da Prefeitura da Capital.
Avalia-se, no geral, que Veneziano poderá vir a ser o grande problema do PT em 2018. Assim, melhor seria que ele não conseguisse ser candidato agora ou que seja derrotado de forma a não se credenciar como líder da oposição.
Contra o patrimônio
O grave problema nessa estratégia é que, trabalhando para derrotar Veneziano, o PT estará jogando contra seu patrimônio, que é a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Por isso, a aliança certamente será fechada em sua plenitude.
Complicado, mas…
Algumas soluções para o impasse seriam o lançamento da candidatura de Lucélio Cartaxo a senador com o aval de Brasília e a retirada da candidatura da deputada Nilda Gondim, com a redistribuição de suas bases eleitorais e a destinação de parte para Lucélio Cartaxo. Neste caso, Veneziano poderia compor sua chapa com Wellington Roberto (PR) para o Senado (se ele topar) e Leonardo Gadelha como candidato a vice-governador. Esse é o sonho do PMDB.
Parece complicado, mas não é impossível.