Por que em Recife dá certo?

Centro Histórico Recife / PE 1997 Delfim Martins / Pulsar

Marcos Tavares

O Centro Histórico do Recife pulsa de vida. Um antigo cortiço, reduto da malandragem e da prostituição é hoje uma das vitrines da cidade e arrasta tantos turistas como as praias. Lá deu certo, aqui não. Bob Zácara até tentou comprar a briga abrindo seu bar na Praça Antenor Navarro, mas teve vida breve. Falta segurança, falta estacionamento, falta, sobretudo vontade política de recuperar um dos mais belos espaços de nossa cidade e reintegrá-lo à vida da cidade, uma tarefa que pode até ser difícil, mas não é impossível.

A Coral andou dando uma mão de tinta nos sobradões da Praça e seu entorno, mas no geral os prédios estão abandonados, tanto pelos seus proprietários como pelo poder público. São paredes capengas ameaçando desabar, casas assombradas pelo lixo, foco de marginais, reduto de drogados onde a cidade era mais chique e bela, onde residiam os barões do açúcar e do algodão. Por que o Centro Histórico da capital paraibana não deslancha? É uma resposta que o povo e o poder público poderiam dar com um pouco mais de boa vontade.

Enquanto isso não acontece, a cidade se esparrama pelos seus arrabaldes. Conjuntos residenciais tomaram a zona sul e favelizaram o entorno da cidade enquanto o centro que dispõe já de toda infraestrutura fica inerme e esquecido, tombando literalmente com o tempo. Por que deu certo em Recife, na Bahia e não dá aqui? Alguém me responda! O que, aliás, nem é novidade. Pernambuco se deu bem como capitania enquanto nossa Itamaracá teve de ser retomada por El-Rey porque não ia pra frente.

Grito

Tem horas em que a indignação é a única saída. Foi assim com o senador Cássio Cunha Lima ao rebater pesadamente contra a tentativa de diminuir ainda mais o repasse do FPE para nosso Estado. Cássio citou sua experiência como governador e falou da importância desses recursos para o Estado.

Isso aconteceu um dia após o TSE ter garfado nossa bancada federal e estadual diminuindo nosso número de representantes. Sem uma voz que clame pelos pequenos estados, eles serão, cada vez mais, filhos bastardos dessa federação.

Ainda bem que a indignação de Cássio venceu.

Cem Dias

Inócua, desimportante e, sobretudo, provinciana essa querela sobre os cem dias de governo dos prefeitos. O que representam cem dias para quem tem a perspectiva de governar 8 anos? Nada.

Serve apenas para que partidos realizem exibições pirotécnicas contra ou a favor desse ou aquele gestor. Aqui na capital, Cartaxo marcou seus cem primeiros dias mais por festas do que por trabalho.

Mas isso não indica que ele pretenda uma festa de 8 anos.

Mandato

A AL da Paraíba quer entrar junto com outras Assembleias prejudicadas contra a decisão do TSE.

Um recurso do STF vai pedir que o assunto seja tratado em nível de Congresso.

Cizânia

A preço de hoje, Wilson Santiago é o grande elemento perturbador da política paraibana.

Wilson quer incondicionalmente a vaga do Senado que já é pretendida por antigos filiados dos partidos e coligações. Por isso aonde ele chega aperta o jogo.

Majoritária

Mais um problema para Wilson Santiago, Efraim Morais diz que vai para a majoritária.

Na realidade em qualquer outro lugar ele comprometeria a carreira do filho numa reeleição.

Preconceituosa

Acho preconceituosa essa iniciativa de decretar toque de recolher nos bares dos bairros pobres, como Mandacaru.

Crimes violentos ocorrem nos bares “bem” que ficam na orla e rodam a noite toda.

Arquivadas

O presidente da AL deu um basta na febre de CPIs que ameaçavam abarrotar aquela Casa.

Conseguiu arquivar tudo, principalmente aquelas que tinham um claro viés político.

Derrubada

Por que é tão urgente a derrubada do Bar do Surfista, um point que já tinha seu lugar no coração da cidade?

Será como a pista do aeroclube? Existirão razões escondidas?

Frases…

Mortal – O maior problema da vida não tem solução. É a morte.

Vencidos – Não é o inimigo que lhe vence. Você é quem admite a derrota.

Ditadura – Não adianta disfarçar, a democracia é a ditadura da maioria.