Empatados com a Paraíba estão o Rio Grande do Norte e Roraima.
Distrito Federal foi o melhor do ranking e Maranhão, o pior.
A população da Paraíba, empatada com a do Rio Grande do Norte, tem o melhor acesso à Justiça no Nordeste. A constatação é do Índice Nacional de Acesso à Justiça (Inaj), disponível no portal do Atlas do Acesso à Justiça, lançado nesta segunda-feira (16). A pior situação do país é do Maranhão e a melhor, do Distrito Federal (DF).
O estudo foi elaborado pelo Ministério da Justiça em parceria com universidades, instituições públicas e entidades. Um banco de dados administrado pelo Executivo federal consolida em uma mesma ferramenta informações como número de profissionais e de unidades da Justiça – entre as quais Defensoria Pública, Ministério Público, Procons e instâncias do Judiciário – para quantificar o grau de dificuldade que a população enfrenta ao tentar usar serviços públicos judiciais.
ÍNDICE DE ACESSO À JUSTIÇA NO NE * | |
---|---|
Paraíba | 0,12 |
Rio Grande do Norte | 0,12 |
Piauí | 0,11 |
Sergipe | 0,11 |
Pernambuco | 0,10 |
Bahia | 0,09 |
Alagoas | 0,09 |
Ceará | 0,09 |
Maranhão | 0,06 |
Brasil (média de todas as unidades da federação) | 0,16 |
(*) Ranking elaborado considerando-se equipamentos judiciais e extrajudiciais | |
Fonte: Ministério da Justiça |
O portal do Atlas do Acesso à Justiça também traz informações sobre os serviços extrajudiciais, como cartórios, delegacias e Procons, e utiliza dados sobre o total da população e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada localidade.
Na versão que considera equipamentos judiciais e extrajudiciais, a Paraíba e o Rio Grande do Norte têm o melhor índice entre os nove estados do Nordeste, com 0,12. Também teve o mesmo resultado o estado de Roraima. Apesar de ser o melhor índice do Nordeste, a Paraíba está abaixo da média nacional, de 0,16. Ao todo, 12 unidades da federação têm indicadores superiores à média nacional.
O melhor índice de acesso à Justiça está no Distrito Federal, com 0,41. A capital federal é seguida nas primeiras posições do ranking por Rio de Janeiro (0,31) e São Paulo (0,25).
O governo afirma que o indicador é uma “proposta inicial” que ainda será melhorada com a ajuda da “comunidade científica” e dos órgãos do Sistema de Justiça. A partir do ano que vem, serão realizados debates para melhoria das fórmulas que compõem os indicadores.
Critérios
Segundo o coordenador-geral de Modernização da Administração da Justiça do ministério, Washington Leonardo Guanaes Bonini, não há uma escala para o indicador (de 0 a 1, por exemplo). Todas as informações que compõem o índice são consideradas e aplicadas em fórmulas, que geram um número para cada unidade da federação.
Com isso, segundo Bononi, é possível verificar quem está melhor e quem está pior e obter uma média nacional. Mas não se sabe qual seria o nível ideal para cada unidade da federação ou para todo o país.
A expectativa, segundo Bonini, é que haja um parâmetro para as próximas edições do indicador. O modelo final do Inaj será discutido a partir do ano que vem. O índice deverá ser divulgado anualmente.
Conforme Bonini, o Distrito Federal, unidade da federação com melhor desempenho, traz uma “distorção” ao índice porque concentra os órgãos de poder da Justiça. “É natural que haja mais equipamentos, mais advogados”, citou.G1PB