Política em Cabedelo e Santa Rita é marcada pela falta de pudor e de vergonha

Duas das grandes cidades do Estado – Santa Rita e Cabedelo – estão na berlinda. A primeira por viver uma crise institucional, com afastamento do prefeito Reginaldo Pereira, pela Câmara, para a apuração de graves denúncias. A segunda por ter seus representantes políticos no Executivo e no Legislativo criando obstáculos para a implantação de um empreendimento (Shopping Intermares) orçado em R$ 200 milhões, que deve gerar cerca de 5 mil empregos (desde a fase de construção) e receitas da ordem de R$ 70 milhões/ano.
Por que os políticos de uma cidade rejeitam um empreendimento como um shopping e a outra tem um gestor rejeitado por mais de 80% da população?
O que ocorre em Santa Rita e Cabedelo no momento é que seus sistemas de gestão atingiram o patamar superior da degradação ética e moral.
O problema é o que o poder público de uma maneira geral está corroído pela corrupção em todos os sentidos e o poder público municipal, em particular, com as devidas exceções, virou antro de inimigos da administração pública.
Apesar de amplamente conhecidos, os esquemas de corrupção comandados por políticos e maus empresários e servidores públicos se disfarçam bem e quase sempre se livram dos órgãos de controle e fiscalização. Mas pululam em todos os lugares esquemas de cobranças e pagamento de propinas, comissões, desvios de verbas e beneficiamento de interesses privados e familiares de uma maneira geral.
Praticamente todos os municípios padecem hoje do mal da corrupção no intestino público. Mas, em muitos, ainda funciona certo pudor. Noutros, porém, de tanta impunidade, perdeu-se totalmente a vergonha e o senso do limite. Parece ser os casos de Santa Rita e Cabedelo, além de diversos outros municípios. E, pelo visto, talvez só exista um remédio indicado para esse grave mal: cadeia, com algemas.