A Divisão de Homicídios (DH) divulgou, nesta segunda-feira, a foto de um homem que, segundo o delegado Fábio Cardoso, titular da especializada, é o principal suspeito da morte da falsa médica Marcilene Soares Gama, de 49 anos. Conhecida por aplicar o “golpe do bumbum” — ela injetava silicone industrial em pacientes —, a mulher foi encontrada morta na manhã do último sábado, a poucos metros de sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. A principal suspeita da polícia é de que o crime tenha sido motivado por vingança.
— Peritos verificaram, pelo cenário do crime, com tiro no rosto, à queima roupa, que é normalmente o tipo de disparo praticado por pessoa que está querendo vingar, com raiva da vítima. É um indicativo. Obviamente não é definitivo. A DH prossegue na investigação para identificar o autor e a motivação que levou a essa covardia contra Marcilene — disse Fábio.
O delegado pede para que quem tenha informações sobre o suspeito entre em contato com a DH ou com o Disque-Denúncia (21 2253-1177).
Segundo a polícia, o suspeito de matar Marcilene entrou no apartamento dela, na Rua Genaro de Carvalho, no início da manhã de sábado, por um terreno baldio vizinho. A mulher foi imobilizada, amarrada e levada em seu carro, um Kia, até o local onde foi morta com um tiro no rosto. O automóvel já foi recuperado pela polícia, perto do lugar do crime.
Cunhado de Marcilene, também conhecida como Lenny Gama, o aposentado Daniel Mofacto disse que ela era esteticista e confirmou que mesmo sem formação médica, realizava cirurgias:
— Mas as pessoas que a procuravam sabiam do risco que estavam correndo. Ela nunca disse que era cirurgiã.
Daniel contou ainda que Marcilene era uma pessoa boa, que ajudava a família financeiramente. A falsa médica tinha dois filhos, um neto e seria avó mais duas vezes. Ainda não há previsão de sepultamento do corpo dela.
— A mãe dela tem 67 anos e sofre de problemas cardíacos. Ela sabe da morte, mas acha que foi um acidente. Ainda estamos vendo como lidar com isso — disse o cunhado da vítima.
Histórico de prisões
Marcilene foi denunciada por destruir o bumbum de pelo menos dez mulheres e, segundo investigações, agia desde 2013, no Rio e em São Paulo. A falsa médica chegou a ser presa duas vezes. Em 26 de julho de 2013, o flagrante foi cumprido após ela aplicar ‘aqualift’ em uma mulher em Bangu, na Zona Oeste do Rio. No mesmo período, Margarete Lopes da Silva Castro, identificada como sua comparsa, também foi presa pelo mesmo crime por policiais da 34ª DP (Bangu).
Já em 2015, Marcilene foi presa no flat de um bairro nobre de São Paulo, ocasião em que sua filha também foi levada pela polícia. As duas atendiam pessoas em hoteis da região, de acordo com as investigações. De lá para cá, a criminosa respondia a processos judiciais em liberdade.
Fonte: EXTRA