" Polêmica Só Presta Grande "

Bruno Filho

Quando embarquei naquele A-320 da TAM, madrugada do dia 12 de junho de 2011, num vôo sem escalas que é uma dádiva de Deus para quem não gosta muito de voar como eu, tive apenas 3 horas até que o avião pousasse em João Pessoa, mas nesse curto espaço de tempo muitas coisas passaram pela minha cabeça.

Com uma alegria imensa no coração já que passaria a morar ao lado da minha mulher definitivamente e acabar com aquelas idas e vindas minhas e dela, pensei no outro lado da minha vida, o profissional, aonde teria que retomar uma carreira que naquele momento já era longa.

Ao chegar nesta Capital passei a tomar conhecimento do mercado de trabalho que aqui se apresentava, uma vez que o esporte que sempre foi uma das minhas atividades não me parecia muito bem explorado. Equipes que não estavam nas principais séries do Brasileiro e um campeonato regional esvaziado.

Nas andanças por todos os bairros chamou-me a atenção uma enorme torre localizada perto do centro da cidade que podia ser vista de quase todos os lugares e que me lembrava um objeto futurista demais para aquela região, histórica e conservadora.

Sempre perguntando muito sedento por saber de tudo, perguntei à minha esposa do que se tratava e recebi como resposta que ali estava instalada a Rede Globo, e levava o nome de TV Cabo Branco. Ora, só poderia ser a Globo, que é sinonimo de grandeza. Entendi…

Naquele dia imaginei o momento em que poderia estar passando por aquela porta para trabalhar, poder mostrar aqulio que aprendi na minha vida inteira. Fiquei calado alimentando um misto de vontade e fé. Foram 9 meses e 8 dias, uma gestação inteira e mais alguma coisa.

Foi o Tempo de Deus. Diferente de nosso tempo. Mas chega também, e chegou. Peço até licença a Gutemberg para escrever sobre isso, a Thiago também, é um texto de final de ano então vai mais carregado de emoção do que de razão, inerente ao ser humano.

Não vou citar nomes aqui, os que contribuiram para isso sabem quem são. Gostaria de aproveitar esse espaço para agradecer a todos em geral. Vou até me contradizer e citar um nome, o de Celso, colega de trabalho, menino educado acima da média, religioso e prestativo. Chama-me de Professor, mas o verdadeiro Professor é ele.

E representando todos os outros com os quais convivo vou resumir em um outro rapaz, igualmente educado, de fino trato e extremamente inteligente. Chama-se Cacá Barbosa, querido comunicador, operador, apresentador, editor, mas acima de tudo ser-humano obrigatório.

Cacá na minha visão representa tudo o que pode se resumir do que é a Rede Paraíba de Comunicação. Com seus cabelos indefectivelmente penteados, máquinas com tecnologia avançada nas mãos, e seu sorriso juvenil está sempre disposto a um abraço e uma palavra de conforto e de elogios.

Esse comentário não é de agradecimento, é de reconhecimento. Os dias na minha vida tornaram-se muito mais claros e repletos de profissionalismo no momento em que passei por aquela porta. Aprendo em cada um deles, e reflito como Deus é onipotente.

Sobre o titulo, obviamente deixei para o final comentá-lo. Essa frase é de tanta objetividade que fica dificil entendê-la literalmente. Quando se fala em polêmica, logo se imagina agitar a opinião, até poderia ser isso mas na verdade não é só isso e nunca foi.

Aprendi que “Polemica só presta grande” quer dizer que para fazê-la precisa-se de gente competente e com 24 horas initerruptas de trabalho. Cada lauda, ou cada “sccript” que é produzido naquela redação é elaborado com muito carinho e amor pela profissão.

Nos olhos dos jornalistas e estagiários que ali se sentam, há o brilho do verdadeiro jornalismo, de gente que quando acorda já procura saber o que esta acontecendo para transmitir aos ouvintes e leitores. Existe acima de tudo o respeito em apresentar o melhor a quem esta do lado de lá do receptor, seja lá qual for.

Não há um minuto sequer de “carregação”. Ninguém preenche um segundo de qualquer dos programas que não tenha conteudo. No popular não se “enche linguiça”. Isto me impressionou demais. Quanto tempo convivi com pautas vazias e sem nexo só para atender vontades paralelas.

Já escrevi sobre isso e repito, mais uma vez com a autorização dos que me comandam. Agora sim eu conheci o jornalismo, e voltei a acreditar que ao decolar naquele avião, além de realização pessoal eu iria reencontrar o verdadeiro jornalista que estava cansado, desgastado e que Deus abençoou de novo.

Bruno Filho,jornalista e radialista, como já disse antes, não tem nada a pedir apenas agradecer.

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Twitter: BrunoFComenta