POLÊMICA: O Shopping Pátio de Cabedelo corre o risco de ir para outro estado ? Rubens Nóbrega responde

Conversei há dois dias com Sérgio Gonçalves, o homem que cuida da implantação de shoppings centers para a Marquise. Deu-me duas boas notícias. A primeira, que não há intenção alguma de transferir para outro Estado o empreendimento que o grupo quer “e vai construir” em Cabedelo. Senti firmeza no ‘vai construir’. Mais ainda depois que ele me deu a segunda boa: agora, é “questão de honra” remover todos os obstáculos ao projeto. Se preciso for, não apenas desmascarando todas as manobras e sabotagens contra. A ideia é ir além nessa guerra. Ir além significaria catar e botar pra fora “todos os podres” daquele que tem na conta de grande inimigo do Pátio Intermares.

Rubens Nóbrega – Questão de honra

PATIO-INTERMARES

Do Jornal da Paraíba

Conversei há dois dias com Sérgio Gonçalves, o homem que cuida da implantação de shoppings centers para a Marquise. Deu-me duas boas notícias. A primeira, que não há intenção alguma de transferir para outro Estado o empreendimento que o grupo quer “e vai construir” em Cabedelo. Senti firmeza no ‘vai construir’. Mais ainda depois que ele me deu a segunda boa: agora, é “questão de honra” remover todos os obstáculos ao projeto. Se preciso for, não apenas desmascarando todas as manobras e sabotagens contra. A ideia é ir além nessa guerra. Ir além significaria catar e botar pra fora “todos os podres” daquele que tem na conta de grande inimigo do Pátio Intermares.

Mas o confronto não é a prioridade, por enquanto. Prioridade é solucionar todas as pendências e requerer o alvará de construção à Prefeitura de Cabedelo, terminar a limpeza do terreno, montar o alojamento dos operários e dar início aos trabalhos de fundação nos famosos e bombardeados 10 hectares que margeiam a BR-230 no sentido Cabedelo-João Pessoa. Dessa área cercada por lojas, faculdade e condomínios residenciais de grande porte (um deles construiu até um viaduto para carros acessarem a praia de Jacaré), 2,5 hectares permanecerão intocados. É um pedaço que o Ibama considera área de proteção permanente. E, embora a posição do órgão federal possa eventualmente ser discutida e até derrubada na Justiça, a Marquise preferiu mudar o projeto arquitetônico do Pátio e deixar quieto para não esticar ainda mais as broncas e barreiras desse e de todo tipo que há quase três anos emperram o investimento.

Por falar em investimento, nunca é demais lembrar que para fazer o Pátio Intermares o Grupo Marquise terá que desembolsar cerca de R$ 200 milhões e gastá-los aqui, em nosso Estado. É dinheiro que vai circular na economia paraibana de dois a três anos no pagamento de força de trabalho e na compra de materiais a fornecedores diversos. Nesse período, a construção garantirá emprego direto para mais de 1,5 trabalhadores. Depois de pronto, cerca de 4 mil empregos novos, diretos e indiretos, serão criados com o funcionamento do shopping. Fechando o circuito, teremos R$ 70 milhões em impostos recolhidos anualmente aos cofres estaduais e municipais.

 

‘Conversinha mole’

Por incrível que pareça, tem gente contra tudo isso. Seja por acreditar sinceramente que o shopping é uma ameaça ao meio ambiente já degradado daquela banda de Intermares… Seja por ter se convencido que o shopping vai abalar a capacidade reprodutiva dos sapos e calangos que habitam o terreno onde o Pátio será construído… Seja porque de repente, não mais que de repente, passou a defender interesses facilmente identificáveis e nesse papel não se peja de desqualificar argumentos de quem quer ver esse shopping gerando desenvolvimento para toda a Grande João Pessoa, para toda a Paraíba. Mas isso pouco deve importar a quem é capaz de dizer que para investir na Paraíba o empreendedor “vem com essa conversinha mole de 4 mil empregos”.

 

Outros terrenos

De minha parte, não consigo ouvir ‘conversinha mole’ alguma de Sérgio Gonçalves quando ele me diz, entre outras, que a alta cúpula da Marquise fechou questão e não admite sequer ouvir falar em transferir o empreendimento de local. “Antes de escolhermos aquele terreno, estive em várias outras áreas, sobretudo em João Pessoa. Vi terrenos no Altiplano e um que seria muito bom, ali perto do Unipê. Mas avaliamos que ficaria muito próximo do Mangabeira Shopping e optamos por aquele de Cabedelo, depois de nos assegurarmos que não havia qualquer impedimento na legislação local, estadual ou federal. Muito menos, qualquer possibilidade de dano ambiental. Estou querendo dizer com isso que os supostos problemas dessa ordem foram criados depois, inclusive com mudança de zoneamento e tudo o mais e, claro, depois que anunciamos o projeto do shopping”, contou o executivo.
Distância é maior

Sérgio corrigiu-me um dado aqui publicado quando há três semanas o colunista trouxe a este espaço as razões do empresário Roberto Santiago, dono do Manaíra Shopping, para não querer por perto um concorrente tão forte. “Não são os dois quilômetros de distância do Manaíra Shopping, como você escreveu. São seis quilômetros”, mediu. Bem, de qualquer modo, só para recordar e atualizar quem não leu o posicionamento de Santiago, digo que ele considera a proximidade do novo shopping ruim para os dois lados. Baseado em estudos de mercado, ele garante que na região (Manaíra, Bessa, Intermares, Camboinha, Cabedelo e adjacências onde houver classe média de razoável poder aquisitivo) não há espaço nem perspectiva de expansão que comportem dois centros comerciais do porte do Manaíra e do Pátio.
Expansão nordestina

“Não quero polemizar, mas nós também temos os nossos estudos e teremos um perfil diferenciado que, obviamente, atrairá um público diferenciado. O mais importante, todavia, é que fizemos a escolha certa quando optamos pela Paraíba como lócus desse novo investimento. Tem espaço, tem sim. Para você ter uma ideia, Rubens, nos últimos cinco anos foram instalados pelo menos 21 novos shoppings de médio e grande porte em todo o Nordeste. Ou seja, enquanto nos outros estados foram instalados três, quatro e até cinco shoppings nesses cinco anos, aqui na Paraíba foi construído apenas um. Já no Ceará, por exemplo, além daquele que a Marquise construiu lá e vai muito bem, graças a Deus, outros quatro foram construídos. Um deles, um Rio-Mar de Paes Mendonça, foi instalado a menos de um quilômetro do Iguatemi, que está lá há 30 anos. E não houve, não há nem haverá qualquer problema entre os dois grupos”, informou Sérgio.