Rapaz foi abordado quando deixava feira agropecuária em Ourinhos, interior de São Paulo. PM alega que disparo fatal foi acidental. Imagens são analisadas pela Polícia Civil para tentar descobrir se disparo de militar foi acidental ou intencional
Brian Cristian Bueno da Silva, de apenas 22 anos, foi morto na noite de quarta-feira (8/06), com um tiro no no pescoço disparado por um policial militar, quando, acompanhado de amigos, deixava a Fapi (Feira Agropecuária e Industrial), em Ourinhos (distante 374 km da capital de São Paulo).
A morte de Brian ocorreu quando PMs abordaram o carro em que ele estava com mais quatro amigos. Na versão apresentada pelos militares à Polícia Civil, o veículo despertou a atenção porque estaria ziguezagueando pela via de saída da Fapi para derrubar cones de sinalização.
Os amigos do jovem contestam os PMs e sustentam que Brian, no banco do carona, colocou a mão para fora do carro e derrubou apenas um dos cones de sinalização com as mãos. Eles garantem que o veículo não fazia zigue-zague.
O vídeo mostra o clarão decorrente do disparo da arma do PM contra Brian.
Quando deram ordem para que o carro dos jovens parasse, os dois PMs que faziam a interceptação foram rapidamente atendidos. Ao colocar as mãos para o alto, Brian foi baleado no pescoço. Os PMs afirmam que o rapaz, sentado no veículo, “levantou as mãos bruscamente” e abriu a porta do carro.
O tiro saiu pelo braço de Brian, que chegou a ser socorrido na Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, onde morreu. Brian vivia em Santa Cruz do Rio Pardo (distante 32 km de Ourinhos). O responsável pela morte de Brian é o PM Luis Paulo Izidoro. A reportagem não conseguiu localizar o PM nem seu advogado de defesa.
Wesley de Moraes, um dos amigos que acompanhavam Brian durante a abordagem da PM, afirma que o policial militar o puxou pelo colarinho do carro, já com a arma apontada para o rapaz, o disparou contra ele.
O PM responsável pelo tiro contra Brian foi preso pela Polícia Civil por homicídio culposo (sem intenção de matar) e ficou dois dias no Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé (zona norte de SP). Depois, ele foi libertado.
Em 10/06, a reportagem solicitou esclarecimentos ao comadante-geral da PM, coronel Ricardo Gambaroni, sobre a morte de Brian, mas o oficial preferiu ficar em silêncio.
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) acompanha as apurações do caso.
Luiz Carlos dos Santos, 43 anos, conselheiro do Condepe, pediu à Corregedoria da Polícia Militar uma investigação rigorosa sobre possível fraude processual cometida por um PM acusado de ter ido à oficina onde as imagens foram gravadas.
Segundo Santos, o PM retirou o CD com o vídeo, sem autorização judicial, e deletou as imagens.
Santos disse ainda que peritos recuperaram as imagens.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/
Créditos: http://www.viomundo.com.br/