Se não bastasse à oposição ainda não ter reorganizado seu discurso político após três derrotas eleitorais ( 2002 -2006 e 2010) ela tem sofrido outros problemas:
1- Em São Paulo, o PSDB perdeu a condição de maior bancada da Câmara Municipal;
2- O nome favorito do partido para disputar a Presidência da República em 2014, Aécio Neves, foi flagrado por uma blitz dirigindo com carteira de habilitação vencida;
3- Os tucanos protelam explicações sobre o artigo em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que se o PSDB insistir em falar “para ao povão” ficará falando sozinho, o que abriu brecha para a tentativa de colar ao partido a pecha de elitista.
Ao mesmo tempo, o DEM perdeu mais de uma dezena de deputados para o novíssimo PSD do prefeito Gilberto Kassab.
Ou seja, se o governo tem preocupações reais com a inflação e câmbio neste momento, a oposição não consegue se organizar para atuar politicamente. (Cristiana Lôbo)
Marcha dos prefeitos…
Prefeitos de todo o país estão se mobilizando e farão uma marcha a Brasília, em maio. Na pauta, a divisão dos royalties do petróleo. Os prefeitos vão pressionar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a colocar em votação o veto, do ex-presidente Lula, à redistribuição dos royalties.
A Confederação Nacional dos Municípios, que está organizando a marcha, apoia a emenda Ibsen Pinheiro, que diminui a fatia dos estados produtores, como o Rio, na renda do petróleo.
A mobilização dos prefeitos também pretende pressionar o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a colocar em votação a Emenda 29, que trata da responsabilidade da União, dos estados e dos municípios na execução da política nacional de saúde.
O governo ainda não decidiu se vai propor a recriação de um imposto para a Saúde e, por isso, está segurando essa votação. (Ilimar Franco)
Pagador de impostos…
Em dez anos a carga tributária do Brasil subiu cinco pontos percentuais do PIB. É um peso de impostos muito maior do que o de muitos países ricos que oferecem serviços melhores aos cidadãos. Os impostos são mal distribuídos; pesam mais sobre o trabalho e a produção do que sobre o patrimônio. As isenções e os Refis criam desigualdades entre os contribuintes.
De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o Brasil tem a décima quarta maior carga tributária entre os países da OCDE. O país não faz parte dessa organização onde está a maioria dos países mais ricos do mundo; mas se fizesse, estaria nesta posição no ranking. Têm carga menor que a do Brasil países como Estados Unidos, Canadá e Espanha. Só para ficar em alguns.
Ninguém é contra o pagamento de impostos, mas hoje, a carga tributária virou um problema econômico, segundo o presidente do IBPT, João Elói Olenike. (Míriam Leitão e Valéria Maniero)