Os últimos acontecimentos mostram que o PMDB da Paraíba, após a derrota eleitoral do ano passado, começa a viver uma crise sem precedentes e que pode acarretar prejuízos incalculáveis às oposições no estado.
Calado, sem um norte de ação estratégica para o enfrentamento ao novo governo, o partido acumula uma série de divergências entre os seus principais membros.
E o mais grave: a tentativa de reaparecimento do partido, durante um encontro entre parlamentares e outras lideranças e o ex-governador José Maranhão, foi um verdadeiro fiasco.
O encontro começou errado já na data escolhida para a sua realização. Elegeram um sábado, péssimo dia para encontros políticos, onde todo mundo sabe que os acontecimentos não repercutem tão bem na imprensa.
O próprio encontro, ao que parece, não servirá para absolutamente nadinha. Não aprofundaram os assuntos relevantes no atual cenário político e os infiéis continuarão infiéis.
O fato preponderante é que falta comando, linha de ação, estratégia à médio e a longo prazo, dentro de um conceito que possa estabelecer as fragilidades do governo, as formas de combatê-las, capitalizando para si os frutos dos embates que serão travados.
Alguns outros setores tem se saído melhor do que o PMDB nessa fase inicial do governo Ricardo Coutinho. Um exemplo claro é a bancada do PT, na Assembléia Legislativa. Sem exageros e radicalismo, por exemplo, o deputado Luciano Cartaxo, tem sido um questionador constante dos principais assuntos que envolvem a vida administrativa da Paraíba.
Em outra vertente, falta à oposição, e especificamente às lideranças do PMDB, traçar a forma de “engajamento” nos principais embates que as entidades de classe – Policiais e área de educação, travam nesse momento e que não escutam as vozes dos opositores nas tribunas, na imprensa e nas ruas.
Nilvan Ferreira