PMDB será o palanque de Dilma na Paraíba

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Professor Jônatas Frazão

A exemplo do que ocorreu em 2010, quando o PT Nacional disse que a prioridade era eleger Dilma presidente do Brasil, agora em 2014 o PT deverá anunciar a mesma estratégia. E isso já começa a ficar claro, a partir da movimentação do próprio PT e dos partidos que serão, no embate do ano que vem, potenciais adversários do projeto petista.

Se em 2010 havia a necessidade do entendimento do PT, nos estados, de que a eleição de Dilma era prioridade, abrindo mão de projetos próprios, em 2014 essa necessidade aumenta, pois já se apresentam pelo menos três candidaturas competitivas para a disputa com a atual presidente: Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva.

O PT Nacional já tem o entendimento de que não adiantará priorizar projetos estaduais, comprometendo o projeto maior do partido, que é a reeleição de Dilma. E, para cada estado, a estratégia é diferente, mas passa por um recado único, em forma de pedido, aos diretórios estaduais: primeiro a reeleição de Dilma; depois, outros projetos.

Na Paraíba, em que pese o PT ser aliado do PSB do governador Ricardo Coutinho e do PMDB de oposição a este, deverá optar se coligar ao PMDB, garantindo, assim, um bom palanque para Dilma em 2014. Até mesmo abrindo mão de candidatura própria. E a decisão será esta – e até já caminha para este sentido – por vários aspectos. Vejamos:

O PT não lançará candidatura própria porque ainda não dispõe de musculatura suficiente para garantir um bom palanque do PT para Dilma, na Paraíba. Em que pese o partido ter elegido Luciano Cartaxo prefeito da capital, no interior o PT não tem força nem capilaridade suficientes para sustentar a candidatura de Dilma.

O PT não vai se coligar com o PSB porque não vai pagar pra ver Ricardo Coutinho ir aos 45 minutos do segundo tempo dizendo ser aliado de Dilma e que não vai apoiar a candidatura a presidente do amigo e partidário Eduardo Campos, governador de Pernambuco, correndo o risco de ficar sem palanque em cima do processo eleitoral.

O PT não vai apostar no palanque de uma suposta candidatura de Aguinaldo Ribeiro, como quer o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, porque sabe que o PP também não tem musculatura e capilaridade suficientes pela Paraíba e pode correr o risco de ter que amargar um PMDB calado e parado, mesmo tendo o vice-presidente Michel Temer como companheiro de chapa de Dilma.

Por outro lado, digo que o palanque de Dilma na Paraíba será o PMDB por vários motivos: o vice de Dilma será, mais uma vez, o atual, Michel Temer, do PMDB; o PMDB já tem um pré-candidato na Paraíba, que é Veneziano; o PMDB é o maior partido da Paraíba, com maior número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores; o PMDB não tem um nome nacional de peso, que possa significar a hipótese de candidatura própria à presidência; o PMDB e o PT já são aliados históricos, nacionalmente e aqui na Paraíba também.

Diante deste cenário, qualquer especulação em contrário pode ser considerada apenas isso. Especulação.