PMDB paraibano deverá manter apoio à presidente Dilma Roussef em 2014

Dirigentes e parlamentares do PMDB paraibano desconhecem resistências ao apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição, tal como está acontecendo em algumas seções do partido em vários Estados, a exemplo do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. O estreitamento dos contatos entre o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, pré-candidato do PMDB ao governo estadual e o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PT, é apontado como sinal de que a aliança PMDB-PT no plano nacional não deverá enfrentar alterações na Paraíba. Quanto à hipótese de uma composição para apoio do PT à candidatura de Veneziano, é uma questão que ainda vai demandar discussões, como deixou claro o próprio Luciano Cartaxo.

O Partido dos Trabalhadores ainda terá pela frente o Processo de Eleições Diretas para renovação dos diretórios estadual e municipais, e será por ocasião dos debates do PED que o tema das alianças eleitorais no próximo ano será aprofundado. Há poucos dias, a presidente Dilma Rousseff declarou que a composição com o PMDB na sucessão presidencial é “matéria vencida”, sinalizando que Michel Temer deverá ser mantido na sua chapa como candidato a vice-presidente. O jornalista Josias de Souza, em seu blog no UOL, entretanto, adverte que a situação não é tão pacífica como a presidente imagina e adverte que se a decisão fosse tomada hoje, a aliança correria sérios riscos. A convenção que deverá definir o destino do PMDB conta com 523 delegados, muitos dos quais votarão mais de uma vez. O Rio, por exemplo, tem 51 delegados com direito a 74 votos. O governador fluminense Sérgio Cabral tem feito ameaças no sentido de não apoiar a reeleição de Dilma se o PT mantiver a candidatura à sua sucessão do senador Lindbergh Farias, natural de João Pessoa. Cabral lançou seu vice, Luiz Fernando Pezão, para candidato ao governo e ainda pressiona os petistas em torno de reciprocidade.

A cúpula nacional do PT, todavia, tem reforçado a posição de Lindbergh e passou a “blindá-lo” no fogo cruzado com o governador Sérgio Cabral, escalando deputados estaduais e federais para responderem ao peemedebista, enquanto Farias costura apoios alternativos à sua postulação. O cenário no PMDB de Minas Gerais também não está pacificado, apesar da presidente Dilma ter contemplado um representante da sigla no ministério da Agricultura. O deputado Leonardo Quintão passou a recolher assinaturas para tentar a criação de uma CPI destinada a investigar a Petrobras e o Palácio do Planalto torce o nariz para essa possibilidade. No Ceará, o senador Eunício Oliveira vive às turras com os petistas.

Na Bahia, Geddel Vieira Lima, que reassumiu o comando do diretório regional do PMDB, já advertiu que é duvidosa a renovação da aliança entre o PMDB e o PT em apoio à presidente Dilma Rousseff, alertando que diretórios em outros Estados estão considerando a hipótese de abrir palanques para o senador Aécio Neves, do PSDB, ou até mesmo para o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, que ambiciona ser candidato ao Planalto pelo PSB, partido que preside. Há reclamações da parte de alguns peemedebistas quanto ao papel desempenhado pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Alega-se que ele não representa o partido no governo e se excusa de encaminhar reivindicações ou demandas, embora insista em que parlamentares na Câmara e Senado apóiem matérias de interesse do Planalto, mesmo polêmicas, como a MP dos Portos, que foi recentemente votada e aprovada. Josias de Souza chega mesmo a falar em crescimento, no PMDB, da “aversão” ao estilo de Dilma no relacionamento com expoentes da classe política.

 Do Blog com Repórter PB

Nas palavras de Geddel Vieira Lima, o cenário para 2014 está muito misturado e, por isso mesmo, imprevisível do ponto de vista de alianças eleitorais. Um sintoma da confusão pode ser traduzido na posição do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), que é candidato à reeleição. O colunista Claudio Humberto divulgou esta semana que Coutinho está agindo como se fosse um tucano, evitando posicionar-se sobre uma virtual candidatura de Eduardo Campos, em virtude do bom tratamento que estaria recebendo de ministros da presidente Dilma, o que já havia sido revelado pela revista “Veja”. Claudio Humberto, em estilo mordaz, registrou que Coutinho, ao ser indagado sobre a disputa presidencial de 2014, teria ressaltado que a discussão é improdutiva para a governança, “seja lá o que isto signifique”. O conflito de posições atrapalha estratégias eleitorais e dificulta uma compreensão mais exata dos cenários que vão ser montados nos diferentes Estados, tanto em relação a alianças nacionais como a composições de âmbito local.